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Alquimia II inspira projeto de lei que propõe um sistema nacional para destinação de aparelhos apreendidos em presídios

Alquimia II inspira projeto de lei que propõe um sistema nacional para destinação de aparelhos apreendidos em presídios

ceidelwein

O Projeto Alquimia II, do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), depois de extrapolar as divisas do Estado e servir de inspiração a outros MPs, agora serviu de estímulo para a criação de um novo projeto de lei. Aprovada no dia 8 de novembro na Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado (CSPCCO) da Câmara dos Deputados, a iniciativa propõe um sistema nacional para destinação escolar de aparelhos apreendidos com a criminalidade e, sobretudo, dentro do sistema prisional.

Iniciado em 2020, na comarca de Osório, o Alquimia II logo foi replicado por outras promotorias de Justiça, mas em alguns municípios do Interior havia dificuldades em encontrar mão de obra especializada em fazer os reparos e formatar os aparelhos que seriam destinados aos estudantes em situação de vulnerabilidade e que não tinham condições de assistir às aulas virtuais durante a pandemia. Para transpor esse obstáculo, o MPRS assinou, em 12 de janeiro do ano passado, um termo de cooperação com a PUCRS, que prevê a restauração destes celulares para acesso à internet. Na sequência, a Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI), a Universidade Regional do Noroeste (Unijuí) e a Universidade de Passo Fundo (UPF) também aderiram ao programa. Atualmente, o projeto consegue reaproveitar 20% dos celulares apreendidos e já entregou 1.307 smartphones para alunos do RS. Outros 4 mil aparelhos esperam conserto nas universidades parceiras.

O deputado federal Eduardo Bismarck (PDT-CE) é o autor do projeto de lei que quer nacionalizar a iniciativa. Proposto em 2021, o documento, que tramita em caráter conclusivo – quando não há necessidade de votação no plenário –, foi enviado à Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara neste mês. O promotor de Justiça Fernando Andrade Alves, idealizador do Alquimia II, mostra-se entusiasmado ao ver que boas iniciativas do Ministério Público do Rio Grande do Sul estejam sendo percebidas como disruptivas pelo Poder Legislativo, que é quem elabora as leis que acompanham as transformações do país e do mundo. “A evolução de um projeto que nasceu pequeno, localizado em uma região do Estado, ganhando caráter nacional nos enche de orgulho e de esperança. Nos dá a certeza de estarmos atentos à realidade social e às demandas que nos circundam”, comenta.

Para o promotor, esse movimento em torno dos estudantes em situação de vulnerabilidade mostra que de maneira articulada com a sociedade civil é possível se chegar a novos resultados para problemas antigos. “Em uma frase, a gente pode dizer que pensando de maneira diferente é possível inovar em estruturas burocráticas”, finaliza.


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