Em audiência judicial virtual MP ouve adolescente que matou um jovem de 16 anos na zona sul e obtém manutenção da internação
Atendendo a representação do Ministério Público, o juiz Charles Maciel Bittencourt , titular do Projeto Justiça Instantânea (JIN) decidiu, nesta quinta-feira, 02, pela manutenção da internação provisória dos dois adolescentes suspeitos de terem matado Kauê Borile Weirich Xavier, de 16 anos. O jovem foi morto na noite de 25 de março, na zona sul da Capital.
Na representação, o promotor de Justiça Alexandre Loureiro afirma que "a internação se faz imprescindível enquanto tramita o processo em relação ao fato, considerando, especialmente, o resultado trágico que atinge toda a sociedade, notadamente para proteção e pacificação do ambiente juvenil em que ocorreu o fato e do toda comunidade atingida pela trágica notícia do fato, e, por fim, o perfil perigoso dos agentes".
Esta tarde, um dois adolescentes foi ouvido em audiência de apresentação judicial virtual e o outro deverá ser ouvido nesta sexta-feira. As audiências estão ocorrendo dessa forma em razão da pandemia de coronavírus.
O CRIME
O crime aconteceu em um matagal nas imediações da Avenida Juca Batista, na zona sul da Capital. Segundo relato de um dos adolescente apreendidos, sem saber que estava sendo atraída para uma emboscada, a vítima teria ido de ônibus com os dois amigos até o local durante a tarde.
Eles teriam entrado em uma trilha no bairro Aberta dos Morros, quando Kauê foi atacado com uma machadinha, um martelo e uma faca. Depois do crime, um dos adolescentes procurou a polícia e confessou o assassinato. Foi ele quem indicou onde estava o corpo. Segundo o promotor de Justiça Alexandre Loureiro, o crime foi cometido com extrema crueldade. "A torpeza que se manifesta e se reforça pela forma de execução, com desmedida e brutal violência contra o ofendido. Os representados mataram a vítima especialmente para lhe impingir desnecessário e cruel sofrimento, mediante repetidos golpes na cabeça, com instrumentos perfuro-cortantes e contundentes, martelo e machadinha, armas brancas a exigir intenso desforço pessoal dos executores, em longa tortura, a ponto de destroçar o crânio do ofendido, desfigurando-o por completo o rosto", conclui Loureiro.
AUDIÊNCIAS VIRTUAIS
Outras três audiências relacionadas a adolescentes suspeitos de roubo foram realizadas virtualmente e também se mantiveram as internações. O promotor de Justiça Alexandre Loureiro reitera que "a videoconferência assume uma importância vital para atuação nesse período, evoluindo rapidamente da conexão entre dois pontos para uma audiência dinâmica, na qual as partes, o juiz e o adolescente infrator participam, sem contato presencial direto. Tampouco de servidores, que igualmente apoiam o trabalho remotamente, com exceção da natural custódia dos agentes da Fase no seu local de trabalho. Superado o grave período, essa e outras inovações tecnológicas tendem a ser definitivamente incorporadas em nossa rotina de trabalho, poupando recursos e acrescentando qualidade e eficácia ao sistema de Justiça gaúcho", disse o promotor.
Promotor Alexandre Loureiro durante audiências virtuais nesta quinta-feira