Projeto Apadrinhar é apresentado em Viamão
O Juizado da Infância e da Juventude da Comarca de Viamão, em uma iniciativa conjunta do Tribunal de Justiça e do Ministério Público, apresentou nesta quinta-feira, 11, no Salão do Júri, o projeto Apadrinhar, que a partir de agora passa a ter um cadastro unificado, mais segurança jurídica e transparência. Na ocasião, foi assinado um termo de compromisso com três instituições de acolhimento e com a organização não governamental Elo, para a realização de oficinas de capacitação e sensibilização para interessados no apadrinhamento afetivo de crianças e adolescentes com poucas perspectivas de adoção.
Possibilitar a construção de vínculos afetivos entre crianças e adolescentes em situação de acolhimento com pessoas da comunidade é o principal objetivo do projeto. Na apresentação, a promotora da Infância e da Juventude de Viamão, Tatiana Alster, afirmou que o apadrinhamento afetivo busca dar um referencial fora da instituição de acolhimento. “O padrinho ou madrinha precisa estar comprometido, consciente de que será a pessoa com quem a criança ou o adolescente vai conversar, dividir alegrias e tristezas, compartilhar situações boas e ruins que tenham vivenciado e buscar orientações”, explicou.
Tatiana salientou que o apadrinhamento não pode ser confundido com um atalho para a adoção, já que o Apadrinhar é voltado para crianças e adolescentes que, além de remotas possibilidades de retorno à família, têm poucas perspectivas de serem adotadas por não se enquadrarem no perfil que os interessados buscam. “Também não se trata de voluntariado, nem caridade, porque se houver uma interrupção, no momento em que a pessoa não tem mais disponibilidade, vai causar sofrimento, um novo abandono”, esclareceu a promotora.
A juíza da Infância e da Juventude da Comarca, Carine Labres, participou do evento e afirmou disse que o padrinho ou a madrinha é escolhido pela criança ou adolescente a partir de um vídeo de apresentação do interessado. Também enumerou as atividades que são permitidas aos padrinhos e madrinhas, entre elas visitar regularmente o afilhado ou a afilhada, passear, proporcionando convivência familiar e comunitária saudável, e acompanhar a criança em eventos da escola e outras atividades.
Participaram do evento a promotora de Justiça Criminal de Viamão, Karina Mariotti, representantes da Associação da Ordem dos Advogados do Brasil local, da Secretaria Municipal de Assistência Social, das instituições de acolhimento João Paulo II, Cisne Branco e Ação Social Aliança (ASA), da ong Elo e conselheiros tutelares. Também estiveram presentes crianças e adolescentes que já foram apadrinhados e padrinhos e madrinhas, entre eles o casal José Carlos e Leila Venina de Freitas.
QUEM PODE SER PADRINHO OU MADRINHA:
Pessoas idôneas, com no mínimo 18 anos de idade, com disponibilidade de tempo que possibilite o contato regular com o afilhado ou a afilhada e para participar das oficinas e reuniões com a equipe do projeto.
Fotos: Adriana Michelon/MPRS