MP sedia seminário sobre suicídio na infância e na juventude
O Seminário Precisamos Falar, Precisamos Agir, realizado hoje, 08, no Auditório Mondercil Paulo de Moraes, na sede do Ministério Público, promoveu o debate sobre o suicídio na infância e na adolescência. A promotora de Justiça da Infância e da Juventude de Porto Alegre Inglacir Delavedova participou do painel “Articulação dos Sistemas de Garantia dos Direitos da Criança e do Adolescente”. Com apoio do MP, a iniciativa da Câmara dos Deputados, por meio do gabinete da deputada federal Liziane Bayer e da Frente Parlamentar de Combate ao Suicídio e à Automutilação (FPSA), vai ao encontro da meta estabelecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) de reduzir, até 2020, em 10% os casos de mortes autoprovocadas.
Na abertura do evento, o subprocurador-geral de Justiça para Assuntos Institucionais, Marcelo Lemos Dornelles, destacou que o suicídio é um dos graves problemas da atualidade no Brasil e no mundo, uma tragédia silenciosa que atinge milhões de pessoas, suas famílias e círculos de convivência. “É um assunto que precisa ser tratado e é de fundamental importância que esse diálogo se dê em todas as instâncias da sociedade”, afirmou. Para o subprocurador, o evento de hoje, ao reunir representantes de diferentes instituições públicas e privadas, especialistas de diferentes áreas, traz uma abordagem ampla sobre o tema, justamente o que é necessário que se faça. “O Ministério Público é sempre parceiro para que mais ações aconteçam e, por isso, a presença de todos muito nos honra”, disse.
A promotora Inglacir Delavenova, no último painel, destacou a qualidade das pesquisas e a riqueza dos dados apresentados durante o evento, que evidenciam a relevância do tema. “É uma preocupação que não pode mais ser colocada para debaixo do tapete e temos que compreender que o problema não vai desaparecer se não falarmos nele”, alertou. Inglacir elogiou a criação da Frente Parlamentar para tratar do suicídio como forma de dar mais visibilidade e fornecer informações para que a rede de proteção possa lidar melhor com o tema.
“Temos que promover o debate e treinamento para que profissionais da saúde, da educação e da assistência social entendam a necessidade de ouvir, de estarem atentos às situações em que os jovens manifestam os primeiros sinais de que algo não está bem”, afirmou. A promotora disse, ainda, aos participantes que o MP tem condições de acionar a rede de saúde se receber, da escola ou do hospital que tenha realizado o atendimento por outro motivo, informações relacionadas a alguma situação suspeita de que a criança ou adolescente esteja pensando em atentar contra a vida. “Pode ser que este seja um momento crucial para que aquela dor tenha um final diferente e é melhor pecar por excesso do que por omissão”, finalizou.