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Seminário debate "Violência nas escolas: caminhos possíveis"

Seminário debate "Violência nas escolas: caminhos possíveis"

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O subprocurador-geral de Justiça para Assuntos Institucionais, Marcelo Lemos Dornelles, participou, na tarde desta segunda-feira, 08, do Seminário "Violência nas escolas: caminhos possíveis", no auditório Mondercil Paulo de Moraes, na sede do Ministério Público.

“Esse é um tema complexo e o Ministério Público já estava programado para realizar esse evento. Porém, fatos que aconteceram no nosso país e na nossa cidade nos levaram a antecipar esse encontro. Infelizmente, todos acompanharam a tragédia ocorrida em Suzano e que aqui em Porto Alegre também houve ameaças à segurança de escolas. No caso local, o MP esteve atuante junto a Secretaria de Segurança Pública e verificamos que se tratava de fake news, mas isso só nos mostra que os caminhos são muitos e são complexos e que precisamos estar cada vez mais atentos. Por isso a importância desse encontro e a presença de todos vocês”, concluiu Dornelles.

O encontro, pensado pela 7ª Promotoria de Justiça da Infância e Juventude e pela Promotoria Regional da Educação, bem como por representantes da Secretaria Estadual de Saúde e Secretaria Municipal de Saúde, teve como objetivo orientar professores, educadores e setores da segurança pública, que estão em contato direto com o ambiente escolar, a identificar condutas apresentadas pelas crianças e adolescentes que possam motivar comportamento violento, tanto dentro quanto fora da escola.

Para a coordenadora do Centro de Apoio Operacional da Infância, Juventude, Educação, Família e Sucessões, Denise Casanova Villela, que apoia o evento, o auditório lotado demonstra o imenso interesse que esse tema provoca na sociedade como um todo, e não apenas nos profissionais de áreas específicas ligadas à educação.

“Buscamos, com os temas apresentados, possibilitar e enriquecer os debates dentro do ambiente escolar, a fim de que possam ser criadas, pelas escolas, práticas que sejam trabalhadas com os pais e com a sociedade civil, visando melhorar o desenvolvimento dessas crianças e adolescentes. Tratar desse assunto é fundamental para que possamos evitar ou minimizar o comportamento violento nas fases da infância e adolescência, que possam, inclusive, refletir na fase na adulta”, explicou a coordenadora do Caoijefam.

PROGRAMAÇÃO

Na abertura, foi apresentado o filme “Fiz-me Respeitar”, realizado pelo Projeto Cinema na Escola junto à Escola Estadual de Educação Básica Gomes Carneiro. O filme, que teve apoio do MP e da Polícia Civil, retrata situações envolvendo bullying no ambiente escolar e estratégias possíveis para vencer o problema.

No primeiro bloco de debates, com a medição da promotora da 7ª Promotoria da Infância e da Juventude de Porto Alegre, Inglacir Delavedova, foram apresentados os painéis “Saúde Mental e a Escola em Porto Alegre”, com o médico Giovanni A. Salum, coordenador de Atenção à Saúde Mental da Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre; “Bullying: o que a escola pode fazer?”, com a psicóloga Carolina Lisboa; “Autolesão: o que a escola pode fazer?”, com a psicóloga Julia Schafer; “Problemas emocionais e comportamentais: o que a escola pode fazer?”, com a médica Paola Paganella Laporte; “Álcool e drogas: o que a escola pode fazer?”, com o médico Thiago Pianca.

Para Inglacir Delavedova, “o encontro trouxe oportunidade de diálogo e rica troca de experiências. O interesse dos participantes demonstrou que os painelistas foram assertivos nos temas abordados, o que indica a necessidade de que esses assuntos sejam cada vez mais trabalhados pelas escolas. Há, cada vez mais, preocupação em buscar caminhos para solucionar os episódios de violência e garantir a saúde mental de alunos e também de professores e funcionários”, disse a promotora.

No segundo bloco, com a coordenação da promotora Regional da Educação de Porto Alegre, Danielle Bolzan Teixeria, foram debatidos os seguintes temas: “A atuação da Comissão Interna de Prevenção a Acidentes e Violência Escolar (Cipave)”, com a apresentação da delegada de Polícia Patrícia Sanchotene, coordenadora do Cipave; “O Programa de Saúde Escolar (PSE)/ Política Estadual de Atenção Integral à Saúde de Adolescentes/Secretaria Estadual da Saúde – Programa Saúde Escola (PSE)”, com Rosângela Machado Moreira; e “Divisão de Relações Institucionais da Polícia Civil do Rio Grande do Sul”, com Débora Aparecida Dias.

Danielle Bolzan Teixeira ressalta que ao lado dos tradicionais desafios que se apresentam às escolas, inicialmente vinculados majoritariamente a questões cognitivas, cada vez mais se apresenta a necessidade de desenvolvimento de competências dos alunos relacionadas ao desenvolvimento socioemocional, como autoconhecimento e autocuidado, empatia e cooperação. “Os painéis do encontro trazem luz sobre estes assuntos, que perpassam a escola e ajudam na realização de um planejamento das instituições para lidar com esta complexidade crescente. A promoção da saúde mental também ocorre na escola e pode prevenir situações de risco para os próprios alunos, para a comunidade escolar e, certamente, para toda a sociedade”, disse.



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