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“Não aguento mais ver jovens que deixam o acolhimento virarem moradores de rua ou presidiários”

“Não aguento mais ver jovens que deixam o acolhimento virarem moradores de rua ou presidiários”

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A frase acima, da promotora de Justiça da Infância e Juventude de Porto Alegre Cinara Vianna Dutra Braga, reflete a preocupante situação dos adolescentes que precisam deixar o acolhimento aos 18 anos e vislumbram poucas perspectivas de futuro.

ÍNDICES PREOCUPANTES

A cada ano, cerca de 70 meninos e meninas que vivem em abrigos e casas lares na capital completam 18 anos e, por previsão legal do Estatuto da Criança e do Adolescente, precisam deixar os espaços de proteção. Nessa nova fase, é preciso que todos já estejam inseridos no mercado de trabalho e possam garantir a sua subsistência. Porém, infelizmente, não é essa a realidade que vivemos. Os problemas enfrentados são os mais diversos e muitos desses adolescentes tem dificuldades escolares, apenas 2% dos jovens acolhidos na capital, entre 14 e 18 anos, terminam o ensino médio. Os 98% restantes são repetentes, a maioria está no 6º ano do ensino fundamental.

Na tentativa de minimizar esses problemas, o Ministério Público e seus parceiros vêm desenvolvendo projetos que têm possibilitado a inserção de acolhidos em turmas de conclusão dos ensinos fundamental e médio e também em programas que oferecem capacitação profissional e, até mesmo, bolsas gratuitas de graduação. Existe, também, possibilidade de inserção desses jovens no mercado de trabalho através de programas como Jovem Aprendiz, mas, segundo a promotora de Justiça, ainda é preciso a adesão dos empresários gaúchos à causa.

“Existe um esforço interinstitucional para melhorar os índices de educação desses jovens que, cada vez mais, tem se qualificado, embora saibamos das dificuldades que advém das situações vividas por eles. Abandono, negligência, violência, perda do vínculo familiar, são, sem dúvida, fatores que dificultam o processo de aprendizagem. Eles querem vencer, eles precisam sair do acolhimento e encontrar emprego, por isso estaremos chamando a atenção para esse cenário difícil durante as atividades que serão desenvolvidas em Porto Alegre na próxima semana. Queremos trazer os empresários para que possam refletir conosco sobre essa realidade. Queremos que eles compreendam que cada adolescente empregado é um morador de rua ou um jovem perdido para o crime a menos na nossa cidade”, conclui Cinara Vianna Dutra Braga.

EVENTOS DE 25 A 30 DE MARÇO

O Ministério Público, o Ministério Público do Trabalho e a Organização Internacional do Trabalho convidam para atividades culturais que retratam ações realizadas pelas Instituições, voltadas à inclusão social de adolescentes em vulnerabilidade, especialmente por meio da aprendizagem profissional e de outras estratégias de profissionalização e inclusão.

Os eventos, com entrada franca, acontecem dentro da programação da Semana de Porto Alegre 2019 e em comemoração aos 100 anos da Organização Internacional do Trabalho.

PROGRAMAÇÃO

27/03 – 17h 30min – Entrevista coletiva com representantes das Instituições e com o fotógrafo Jason Lowe

27/03 – 18h – Abertura oficial da Exposição “Aprendizando Porto Alegre”, com obras do renomado fotógrafo irlandês Jason Lowe. A exposição estará aberta à visitação de 25 a 29/03, no Átrio do Shopping Bourbon Country.

27/03 – 18h 30min – Assinatura de convênio entre Ministério Público, Ministério Público do Trabalho e Justiça Federal, visando à conjugação de esforços para fomentar a contratação de adolescentes aprendizes oriundos do acolhimento institucional, através da criação do Selo Virtual “Portas para o Futuro”, desenvolvido pela Justiça Federal, e que identificará a organização que abrir vagas para esses adolescentes. Local: Hall do Teatro do Bourbon Country, Av. Túlio de Rose, 100, em Porto Alegre

27/03 – 19h – Apresentação da atriz, escritora, poeta e cantora Elisa Lucinda. Local: Teatro do Bourbon Country, Av. Túlio de Rose, 100, em Porto Alegre. *Ingressos à disposição na bilheteria.

30/03 – 14h – Exibição e debate do documentário “Ser Criança – Um olhar para a infância e juventude diante do trabalho no Brasil” (Direção de André Costantin e Nivaldo Pereira). Local: Cinemateca Capitólio Petrobras, Rua Demétrio Ribeiro, 1085, em Porto Alegre. Apoio: Secretaria Municipal da Cultura Secretaria Municipal do Desenvolvimento Social e Esporte Secretaria Municipal do Desenvolvimento Econômico Superintendência Regional do Trabalho do RS.



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