Vacaria: MP identifica causas de evasão escolar e faz sugestões ao Município
Diante de um quadro de alta evasão escolar, evidenciado pelo número de Fichas de Comunicação de Aluno Infrequente (Ficai) e observado também em audiências de apresentação por ato infracional – onde a maioria dos adolescentes declaravam que não estudavam e, ainda, que abandonaram os estudos há alguns anos – o promotor de Justiça de Vacaria Luís Augusto Gonçalves Costa, com auxílio da agente administrativo Nailê Paim, decidiu dar início a um estudo minucioso, que pudesse checar as causas e, após isso, apontar soluções ao poder público. A equipe, formada também por uma voluntária e uma pedagoga, avaliou, durante quatro meses, cerca de 600 Ficais, e, a partir disso, apontou sugestões para melhor combater a evasão escolar, com ações que deveriam ser tomadas.
Segundo o estudo, a principal causa da evasão é a distorção idade/ano escolar, que tem como fatores mais evidentes: a falta de atrativos nas escolas para que os alunos tenham mais interesse e uma melhor alfabetização do 1º ano ao 4º ano aos alunos que encontram dificuldades de aprendizagem.
Ainda foram apontadas deficiências de controle de frequência e agilidade dos agentes envolvidos para buscar o retorno do aluno o mais rápido possível, pois quanto mais tempo longe da escola mais difícil é o retorno.
Depois da compilação dos dados, foi enviada recomendação ao município de Vacaria, já com sugestões de atuação a curto, médio e longo prazo. Entre elas estão: o reforço com equipe multidisciplinar aos alunos com dificuldades do 1º ao 4º ano, focando em uma efetiva alfabetização; controle de frequência eficiente e agilidade nas escolas para busca ativa do aluno no começo da evasão; capacitação de um profissional por escola, com atuação exclusiva nesta busca ativa; turmas com aceleração escolar em turno integral e equipe capacitada para aqueles alunos de 12 a 15 anos que estejam com mais de dois anos em distorção idade/ano escolar; e controle eletrônico de frequência em todas as escolas.