Passo Fundo: encontro debateu afastamentos de professores por questões de saúde
Na tarde de 30 de agosto, em Passo Fundo, uma reunião entre a Promotoria Regional de Educação, a 7ª Coordenadoria Regional de Educação - CRE, Secretaria Municipal de Educação - SME, Conselho Municipal de Educação - CME e Centro Municipal de Professores – CMP, discutiu a possibilidade de serem adotadas medidas conjuntas para reduzir o número de afastamentos de professores das redes públicas municipal e estadual de ensino em razão de problemas de saúde. A intenção é garantir um atendimento educacional de qualidade aos estudantes.
Foi possível constatar, com base nos dados apresentados, na oportunidade, que, dos mais de três mil professores da rede estadual dos 32 municípios abrangidos pela 7ª CRE, aproximadamente 110 estão afastados atualmente. Em Passo Fundo, no mês de julho, a média é de 54 professores da rede municipal afastados, de um total de 1300. No município de Passo Fundo, desde início de 2016, o número de afastamentos ultrapassa o total de 450.
Nesse sentido, a Promotora de Justiça Regional da Educação de Passo Fundo, Ana Cristina Ferrareze Cirne, referiu que “é urgente a realização de um diagnóstico em relação ao alto número de professores da rede pública afastados por licença-saúde, bem como discutir eventuais medidas a serem adotadas, sobretudo no aspecto preventivo”. Ana Cristina ainda explicou que a intervenção do Ministério Público se justifica na medida em que "o expressivo número de adoecimento e consequente afastamento de professores das atividades docentes afeta diretamente a qualidade do ensino".
Após análise da situação, foram constatadas inúmeras causas do problema, como a desvalorização da docência e a precarização da educação, a falta de políticas públicas voltadas à prevenção de doenças, o baixo investimento na educação, a falta de profissionais nas escolas e a falta de psicólogos para atender com regularidade os professores.
Segundo dados do Centro Municipal de Professores, não há, nas redes de educação de Passo Fundo, investimento adequado, pois faltam profissionais, estrutura física, cursos adequados de formação e prevenção a saúde do professor. O professor, de um modo geral, sofre de depressão, estresse, síndromes, alergias, além da síndrome de Burnout, que é uma doença silenciosa que ataca progressivamente o profissional ligado à educação e tem como consequência graves prejuízos pessoais e profissionais.
Assim, foi sugerida a criação de uma comissão permanente de prevenção à saúde do professor, que conte com um grupo composto por assistentes, psicólogos, e médicos da própria prefeitura, para atuar na prevenção dessas doenças. Ainda foi sugerido que a Secretaria Municipal de Educação faça uso do espaço de formação continuada que oferece aos educadores semestralmente, para que o tema da saúde do professor seja debatido.