Educadora aborda relação entre educação e corrupção
No dia em que tratarmos as crianças como crianças, os adolescentes como adolescentes, certamente teremos uma sociedade melhor. A opinião é da coordenadora de Ensino Fundamental da Secretaria Municipal de Educação de Porto Alegre, Valéria Carvalho de Leonço. Ela foi uma das palestrantes do 1º Congresso Nacional da Campanha do Ministério Público “O que você tem a ver com a corrupção?”, realizado nesta quinta e sexta-feira, na sede do MP gaúcho. A promotora da Infância e Juventude de Porto Alegre, Synara Jacques Buttelli, foi a debatedora do painel.
Segundo ela, vivemos numa época em que prevalecem a erotização, violência, o consumismo e o estilismo. Nesse contexto, os professores, de acordo com a educadora, já cansaram de pregar “um mundo honesto”.
Ao traçar um paralelo entre a educação e a corrupção, Valéria destacou que pesquisas indicam que quanto maior o grau de instrução dos adultos, mais estes adultos não estão interessados em combater a corrupção. No mundo escolar, de acordo com ela, prevalece a “terceirização da paternidade”, quando pais repassam para os professores a educação total. Entretanto, muitos pais cobram dos professores quando seus filhos passam a repassar os bons valores. Acrescenta que, quando os alunos percebem que as pequenas atitudes incorretas não são punidas, certamente serão “adultos que não respeitarão as leis”.
Mostrando otimismo, Valéria pregou, entretanto, que “ainda vale a pena dizer aos alunos que o mundo deve ser um mundo dos honestos”, mesmo que, para isso, demore entre 10 e 15 anos para que os resultados surjam. O professor deve pregar aos alunos os valores da ética e da honestidade e mostrar que eles, quando adultos, poderão fazer o mesmo em busca de um mundo melhor, enfatizou.
ENCERRAMENTO
O 1º Congresso Nacional da Campanha do Ministério Público “O que você tem a ver com a corrupção?”, foi encerrado, após dois dias de palestras e painéis, com uma apresentação da Orquestra de Câmara Jovem do Rio Grande do Sul.