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Construir soluções para a violência escolar

Construir soluções para a violência escolar

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Com este objetivo, educadores, Promotores de Justiça e profissionais da segurança estiveram reunidos e debateram propostas em seminário no Ministério Público

O desafio está lançado: tomar medidas efetivas e urgentes para combater a violência escolar, uma realidade cada vez mais latente; elaborar estratégias para combater este problema e transformar as escolas (e seu entorno) em ambientes harmônicos e propícios para o desenvolvimento cidadão e a formação educacional das crianças e adolescentes.

Para promover uma reflexão sobre as causas da violência escolar e discutir alternativas para reverter esse quadro, educadores, Promotores de Justiça e profissionais da segurança pública estiveram reunidos no Ministério Público nesta sexta-feira, 27. O tema foi debatido no seminário “Violência escolar tem saída!”, que também apresentou projetos e experiências que conseguiram amenizar as situações de violência em instituições de ensino.

“Em um ambiente violento, a criança e o adolescente não desenvolvem suas potencialidades. Elas precisam de um ambiente harmonioso para aprender”, diz a coordenadora do Centro de Apoio Operacional da Infância e da Juventude do MP (CAOIJ), Maria Ignez Franco Santos. “A violência que aparece na escola é um reflexo da violência que está presente na sociedade, e se manifesta de diferentes formas. Educadores, direções, o Estado e também a família precisam enfrentar isso”, completa a Procuradora.

O mesmo destaca a representante da Secretaria Estadual da Educação, Nulnie Lorenzoni: "É preciso a consciência de que a responsabilidade individual é a semente da mudança de comportamento coletivo". Para a secretária de Educação de Porto Alegre, a solução também passa pela proximidade da escola com a comunidade, para que esta reconheça seu valor. "Escola cidadã é aquela que, ao contrário de virar as costas, traz a comunidade para junto de si", diz Cleci Jurach.

UNIÃO ENTRE ESTADO, ESCOLA E FAMÍLIA É APONTADA COMO UMA DAS SOLUÇÕES

Para o professor da PUCRS, pesquisador na área da Lógica da Linguagem Natural, Moacir Costa de Araújo Lima, “o educador deve ser o criador de novas paisagens, novos comportamentos, porque nós reproduzimos os ambientes a que estamos acostumados”. Segundo ele, apenas dizer que essa realidade pode ser diferente é pouco: para ele, deve-se pensar sobre a nova realidade social e definir ações que criem caminhos para essa mudança: “É preciso planejar e criar caminhos para a construção de ambientes de educação mais efetivos e afetivos”.

O início dessas modificações é papel dos adultos, defende o professor do Departamento de Genética da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e coordenador do Projeto Proteger, desenvolvido pela Ufrgs. Segundo Renato Zamora Flores, “temos uma cultura violenta, e a escola está falhando, porque não há conhecimento e nem técnicas para combater ou controlar essa violência”. A família também é fundamental para solucionar esses problemas. Segundo o professor, fatores como o ambiente em que convivem crianças e adolescentes em casa, a educação dada pelos pais e os comportamentos que têm como modelo interferem na vontade de aprender e nas atitudes do jovem na escola.

PROJETOS APRESENTAM NOVAS ALTERNATIVAS

Idealizador do projeto Escola sem Violência, desenvolvido na Escola Estadual de Ensino Médio Padre Reus, em Porto Alegre, o professor Aloizio Pedersen lembra fatos que revelam a urgência de ações firmes para conter o problema. “Neste ano, quatro estudantes morreram no interior da escola ou próximo a instituições de ensino; uma professora também foi morta durante um assalto, nas imediações de uma escola”, recorda.

Quebrar paradigmas e promover uma educação que corresponda às características do jovem de hoje, mais humanizada, que valorize o aluno e crie possibilidades para que ele se expresse e extravase toda energia que tem é um dos caminhos indicados pelo professor. “Está mais do que na hora de unir esforços, porque o agressor é agressor em qualquer escola, e a vítima é vítima em qualquer escola. Por isso o problema não pode ser ignorado”, destaca Aloizio Pedersen. “A educação tem que ser mais humanizada, e o professor tem que estar instrumentalizado para combater a violência”, defende o professor. No projeto Escola sem Violência, diversos temas relacionados à violência são trabalhados na forma de manifestações artísticas.

Além dos debates, o seminário “Violência escolar tem saída!” também abriu espaço para exposição de projetos e iniciativas desenvolvidos com o propósito de combater a violência e promover maior integração entre a escola e a comunidade, e entre os próprios integrantes da comunidade escolar.

Segundo a coordenadora do CAOIJ, a atividade é apenas a primeira etapa de uma série de iniciativas com o objetivo de chamar a atenção para o tema. No dia 24 de setembro, o Ministério Público reunirá alunos de ensino médio para um bate-papo sobre o tema. E no dia 5 de novembro, professores e alunos estarão reunidos para falar sobre as alternativas para superar a violência escolar. A atividade foi realizada pelo Ministério Público com apoio das Secretarias Estadual e Municipal de Educação.



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