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Eleição de 2010 deve ter participação pioneira de jovens infratores além de presos do interior do Estado

Eleição de 2010 deve ter participação pioneira de jovens infratores além de presos do interior do Estado

celio
Ações para viabilizar o processo foram traçadas em reunião entre integrantes do Ministério Público, Tribunal Regional Eleitoral e Fase

A participação de presidiários do sistema carcerário gaúcho nas eleições será ampliada neste ano. Por iniciativa do Ministério Público do Rio Grande do Sul, presos provisórios do interior do Estado e adolescentes infratores também terão direito a votar. A participação dos jovens em unidades de internação é proposta pioneira no país. As ações necessárias para viabilizar o processo foram traçadas em reunião realizada entre membros do Ministério Público do Estado, do Tribunal Regional Eleitoral e da Fundação Social de Atendimento Sócio-Educativa, nesta quinta-feira, 14.

Conforme a promotora Cynthia Jappur, da Promotoria de Controle e de Execução Criminal de Porto Alegre, o Ministério Público fará um mapeamento das penitenciárias que poderão participar do processo, de acordo com a quantidade de presos e condições de segurança. Para isto, também será feito contato com a Brigada Militar e com a Superintendência de Serviços Penitenciários. Também será proposto um termo de cooperação com outros órgãos públicos para regularizar a situação destas pessoas junto à Justiça Eleitoral.

Nas unidades de internação da Fase a falta de documentos de identificação dos jovens é uma das principais barreiras a serem superadas. De acordo com o promotor de Justiça da Infância e da Juventude, Luciano Dipp Muratt, para superar este entrave, serão acionados órgãos de segurança e o Colégio Registral do Rio Grande do Sul para providenciar a documentação daqueles que estiverem interessados em votar. Segundo dados da Fase, há aproximadamente mil internos com mais de 16 anos no Estado, mas cerca de 20% possuem o título eleitoral.

ÊXITO EM PLEITOS ANTERIORES

“Nós já obtivemos êxito em dois pleitos, e isto mostra que é possível ampliar a participação em prisões do interior”, avalia Cynthia Jappur. Em 2006 e em 2008 foram instaladas urnas no Presídio Central e da Penitenciária Feminina Madre Pelletier, em Porto Alegre, permitindo que os presos exercessem o direito ao voto. “A experiência exitosa do Estado tem servido como modelo para o Tribunal Superior Eleitoral fixar as normas para a votação nas penitenciárias de todo o país", relata o diretor-geral do TRE, Antônio Augusto Portinho da Cunha. A resolução com as regras fixadas pelo TSE deve ser publicada até março.

Também participaram da reunião a coordenadora do Centro de Apoio Operacional da Infância e da Juventude do Ministério Público, Maria Ignez Franco Santos; o assessor do Centro de Apoio Operacional de Direitos Humanos, Rodrigo Tonniges Puggina; e o diretor sócio-educativo da Fase, Glauco Zorawski.



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