Pedofilia na Internet é discutida
O auditório do Sesi de Panambi foi palco para a segunda audiência pública das 11 que integram a VII Jornada Estadual contra a Violência e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. Neste ano, o tema do encontro é a pedofilia na Internet. O evento é uma realização da Assembleia Legislativa, do Ministério Público do Rio Grande do Sul e da Fundação Maurício Sirotsky Sobrinho. Em sua fala inicial, o presidente da Comissão de Serviços Públicos da Assembléia Legislativa, deputado Fabiano Pereira, lembrou que a cada 4 horas uma criança é vítima de abuso sexual.
A coordenadora do Centro de Apoio Operacional de Apoio à Infância e à Juventude do Ministério Público Estadual, procuradora de Justiça Maria Ignez Franco Santos, destacou que 70% dos casos de abusos se dá no interior dos lares. “É difícil lidar com a situação, porque, muitas vezes, o abusador é o provedor do lar e, se o afastarmos de casa, a família fica desprotegida financeiramente”, afirmou. “Por isso, muitas mães são coniventes. Elas sabem do problema, mas fingem não ver e, com isso, deixam de proteger o filho”.
Maria Ignez lembrou que as pessoas têm o dever legal de denunciar os casos de abuso. “É uma questão de responsabilidade social, de humanidade, de proteção da infância”. Segundo a procuradora, essas denúncias podem ser feitas anonimamente por meio do site do Ministério Público. Desde 2001, foram 24 mil notificações de abuso via Internet no Rio Grande do Sul, informou a procuradora. “Temos que trabalhar na repressão e temos legislação para isso. Inclusive, em novembro de 2008, o Estatuto da Criança e do Adolescente foi modificado, vários crimes foram tipificados e as penas são altas. Nós precisamos descobrir os abusadores e denunciá-los”, frisou.
Participam da audiência o prefeito de Panambi, Miguel Schmitt-Prym; o presidente da Câmara de Vereadores do Município, Nelson Arno Radmann; representantes do Legislativo, do Ministério Público Estadual e da Fundação Maurício Sirotsky Sobrinho, entre outros. (Com informações de Marinella Peruzzo, da Agência Assembleia Legislativa)