Penas confirmadas para exploradores
A condenação imposta no ano passado a um pediatra e um comerciante de São Gabriel pelos crimes de atentado violento ao pudor e estupro contra adolescentes, transitou em julgado na 6ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado. Foram confirmadas as penas de seis anos de reclusão para o primeiro réu e de nove anos e seis meses para o segundo em regime inicialmente fechado. Contra o comerciante ainda pesava a imputação de crime de tortura.
Tanto o médico como o comerciante estavam envolvidos em uma rede de exploração sexual de crianças e adolescentes desmantelada entre 2006 e 2007. O Ministério Público acabou denunciando 11 implicados, mas o processo foi cindido. O grupo foi identificado e investigado após a tramitação de processo que apurou um caso de pedofilia na cidade. Para desbaratar a rede de pedofilia que agia há tempo em São Gabriel o Ministério Público contou com o trabalho do Serviço Sentinela – que atende vítimas de abusos sexuais – e da Polícia Civil.
Pelo menos seis meninas entre 12 e 14 anos eram vítimas. Elas eram levadas para um apartamento para participar de festas com os envolvidos. A comunidade aprovou a ação do Ministério Público, que deu um basta à exploração sexual de crianças e adolescentes na cidade. Os crimes causaram grande comoção na comunidade.
A promotora de Justiça Ivana Battaglin ressalta que no País é permitido aos condenados sair do presídio para trabalhar após o cumprimento de um sexto da pena, “desde que possuam bom comportamento”. Entretanto, adiantou que o Ministério Público de São Gabriel requereu ao Juiz “que não permita o acesso de tal profissional às pessoas que formam o público por ele vitimizado” – crianças e adolescentes – como foi comprovado no decorrer do processo criminal.