Jornada em Caxias do Sul
Focando a participação do público universitário, a VI Jornada contra a Violência e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes esteve na noite desta segunda-feira, 27, nas dependências da Universidade de Caxias do Sul. Esta edição da Jornada, que está sendo realizada em 11 cidades gaúchas, tem por objetivo buscar a aproximação com o público universitário, já que a ausência de estudantes e profissionais com conhecimento na matéria contribui para a violação dos direitos das crianças e dos adolescentes.
A saudação inicial das autoridades presentes, contou com a presença do reitor da UCS, Isidoro Zorzi, salientando que é através de audiências públicas que o Estado ouve a sociedade, e que a Universidade é um ótimo local para isso ocorrer, “já que é aqui que formamos profissionais que no futuro estarão atuando de forma direta ou indireta com crianças e adolescentes”.
Representando o Ministério Público, a promotora de Justiça de Caxias do Sul, Adriana Karina Diesel Chesani, falou sobre “Violência e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes”. Iniciou explanando sobre o ECA, relatando os principais direitos das crianças e dos adolescentes. Após, trouxe dados atuais da situação em que se encontram crianças e adolescentes vítimas de violência. Exemplos: a primeira causa que leva a criança de até 10 anos à morte no Brasil é a violência; 75% dos abusos em crianças menores de 10 anos de idade são cometidos em casa; a casa é o lugar mais perigoso para as crianças de 0 a 4 anos de idade, e a cada dia, 16 crianças e adolescentes são assassinados no Brasil. “Um dos nossos grandes objetivos é romper com a cultura do silêncio, fazendo com que a sociedade possa enfrentar os problemas relativos à exploração sexual de crianças e adolescentes, de modo à erradicar o problema de nossas comunidades”, frisou Karina.
O deputado estadual Miki Breier falou sobre o trabalho da Frente Parlamentar Estadual de Defesa da Criança e Adolescente da Assembléia Legislativa, da qual é coordenador. Destacou que um dos trabalhos da Frente é divulgar ao máximo o Estatuto da Criança e do Adolescente que, segundo ele, introduziu mudanças significativas em relação à legislação anterior, o Código de Menores. “Por meio do ECA foi dado um novo enfoque à proteção integral, uma concepção sustentadora da Convenção Internacional dos Direitos da Criança, aprovada pela ONU”, ponderou o parlamentar.
Fabiano Pereira, deputado estadual, um dos coordenadores da Jornada e que acompanha a mesma desde 2003, fez uma retrospectiva dos temas já debatidos. Relembrou que a primeira tinha como tema “A violência sexual existe, não fique indiferente, fique ao lado da criança”; a segunda buscou fortalecer redes de proteção; a terceira estabeleceu compromissos; a quarta buscou tratar da área jurídica, foi quando foi apresentado à sociedade o Projeto Depoimento Sem Dano de autoria da promotora de Justiça Veleda Dobke, e a quinta levou a temática da exploração sexual para a sociedade local, chamando as instituições que atuam em defesa da criança e do adolescente para o desenvolvimento de ações de integração e propostas de melhoramento da rede de proteção. “Chegou a VI edição, que veio para fortalecer laços com os universitários, pois precisamos reforçar o exército do bem”.
Falando pela UCS, a coordenadora do Curso de Psicologia, professora Maria Elisa Fontana Carpena, apontou os efeitos ocasionados nas crianças e adolescentes vítimas da violência. Entre eles, salientou ela, os prejuízos para o desenvolvimento psicológico e social tanto da vítima como de seus familiares; a perda violenta da autoestima, e a transformação do vitimado em adulto abusador.
Organizado pelo Ministério Público, Assembléia Legislativa e Fundação Maurício Sirotsky Sobrinho, a VI Jornada conta, ainda, com 17 parceiros, demonstrando a seriedade e a amplitude do trabalho.
O próximo município a receber a Jornada é Frederico Westphalen, no dia 17 de novembro. (Relacionamento/MP)
