Pedofilia: CPI busca dados
A CPI do Senado Federal que investiga a pedofilia no Brasil requisitou e levou para Brasília cópia do disco rígido de um dos computadores apreendidos na Colina do Sol, em Taquara, durante a Operação Predador, ocorrida em dezembro. Na ocasião foram presos o casal norte-americano Frederic "Fritz" Calvin Louderback e Barbara Louise Anne e os brasileiros André Ricardo Lisboa Herdy e Cleci Ieggli da Silva.
Após dois dias de trabalhos realizados em solo gaúcho, o presidente da Comissão, senador Magno Malta (PR-ES), ao lado do senador Virginio de Carvalho (PSC-SE), ouviu, no Palácio do Ministério Público, em Porto Alegre, o casal norte-americano, André e Cleci, pais de crianças envolvidas no episódio, além do norte-americano Richard Pedicini. O senador pretende requisitar o auxílio de peritos norte-americanos para quebrar a senha do equipamento que foi apreendido na cabana onde Louderback residia na comunidade naturista, o que poderá elucidar ainda mais o caso.
NEGATIVA
Presos desde a realização da Operação Predador, os réus negaram as acusações. Eles respondem judicialmente pelos crimes de atentado violento ao pudor, corrupção de menores, formação de quadrilha e produção e divulgação de imagens de sexo com crianças e adolescentes após serem denunciados pela promotora Natália Cagliari, de Taquara. O Presidente da CPI informou, entretanto, que a quebra do sigilo telemático de álbuns do Orkut revelou que o material postado naquele site de relacionamentos é o mesmo encontrado no processo judicial de Taquara.
PAIS
Três pais que tiveram seus filhos envolvidos no episódio em Taquara prestaram depoimento à CPI. Eles disseram não acreditar no que ocorreu. Malta asseverou a um deles que um laudo médico foi enfático ao constatar que uma criança foi abusada sexualmente.
ORKUT
A CPI da Pedofilia quebrou o sigilo telemático de 3200 álbuns do Orkut que continham fotos de material pornográfico envolvendo crianças. Conforme Malta, foram encontrados pedófilos do mundo inteiro. A CPI repassou para autoridades da Índia as informações de pedófilos daquele país asiático. Também está sendo investigado pela CPI o material encontrado na sala de bate-papo Incesto, do provedor UOL, em São Paulo.
LEI
A CPI já elaborou proposição que tipifica o crime de pedofilia no País. Magno Malta quer penas de até 30 anos de prisão, a criação de um banco para pedófilos e o seu constante monitoramento.
Os trabalhos da CPI da Pedofilia contaram com o auxílio do Ministério Público gaúcho, especialmente do promotor Mauro Rockenbach, da Especializada Criminal de Porto Alegre. Também auxilia a CPI a ex-procuradora-geral de Justiça do Espírito Santo, Catarina Gazeli, e a promotora capixaba Karla Sandoval.