Combatida exploração de meninas na Ipiranga
Um policiamento mais efetivo na área que vem sendo usada para exploração infanto-juvenil e instauração de um inquérito policial para apurar a grave situação. Estas são as duas providências que serão solicitadas, respectivamente, à Brigada Militar e à Polícia Civil, pelo promotor de Justiça Alexandre Spizzirri para combater a exploração de crianças e adolescentes em um trecho da avenida Ipiranga, em Porto Alegre. Meninas de 12 anos de idade foram flagradas em uma esquina caminhando de um lado para o outro se oferecendo para “programas” com motoristas que param. A Brigada Militar tem retirado algumas delas das ruas e encaminhado ao Conselho Tutelar. Mas elas acabam retornando.
Imagens denunciando a triste realidade fazem parte de uma reportagem de televisão produzida na semana passada, pela Record. Cenas deprimentes mostram garotas com a infância roubada sendo exploradas à noite, em plena avenida. Em troca de alguns reais, vendem seus corpos. Alexandre Spizzirri, que atua na Promotoria de Justiça da Infância e Juventude da Capital, disse que a matéria será anexada a um expediente já aberto em conseqüência de outra denúncia trazida pelo Disque-100, número nacional de combate à violência e ao abuso sexual de crianças e adolescentes.
O Promotor de Justiça, que na Especializada trabalha na esfera criminal, adiantou que pediu à Brigada Militar um relatório de uma operação realizada após a reportagem de televisão. A BM teria encaminhado três meninas ao Conselho Tutelar – duas de 17 anos e uma de 15 – que eram exploradas no bairro Intercap, na Zona Leste. Um homem, de 25 anos, também acabou surpreendido e detido na ação. Spizzirri salienta que situações críticas que envolvem crianças e adolescentes, como a exploração sexual, “precisam ser rigorosamente enfrentadas”; e quando há contribuição da população “ficam mais fáceis de evitá-las”.