A Procuradoria de Prefeitos e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) cumpriu, nesta terça-feira, 11, mandados de prisão preventiva contra um vereador e um empresário na cidade de Cerro Branco. Também foram cumpridos mandados de busca e apreensão em sete locais (Prefeitura de Cerro Branco, três residências, um galpão e duas lojas – uma delas na cidade de Novo Cabrais).

Conforme a Procuradoria de Prefeitos, as prisões foram solicitadas ao Tribunal de Justiça para garantir a ordem pública e assegurar a lisura da instrução processual. Segundo as investigações, fraudes licitatórias ocorrem na região pelo menos desde 2014. A estimativa é que foi desviado do Município em torno de R$ 500 mil pelo grupo criminoso. Há suspeitas de desvios de verbas que deveriam ser utilizadas em um hospital da cidade, cujos recursos não constam na prestação de contas da administração municipal e nem foram aprovados pela Câmara de Vereadores.

Há, ainda, investigações a respeito de sobrepreço e direcionamento de compras da Prefeitura em favor das empresas alvo das buscas, bem como suspeitas de fraudes no transporte escolar e na coleta de lixo do Município.

COLETIVA

Durante a coletiva de Imprensa ocorrida na Promotoria de Justiça de Cachoeira do Sul, o Promotor-Assessor da Procuradoria de Prefeitos Heitor Stolf Júnior ressaltou que as prisões ocorreram devido à tentativa dos investigados de embaraçar as investigações. Segundo ele, nesta terça-feira, foram localizados documentos que haviam sido suprimidos dos locais de busca durante a primeira etapa da Operação, em maio deste ano. Em uma das residências, foi encontrada uma sacola contendo diversos papéis sobre contratações com a Prefeitura em um cesto de lixo nos fundos.

A Procuradora de Prefeitos, Ana Rita Schinestsk, frisou que “municípios distantes, com difícil acesso ou de poucos habitantes são alvo de investigações do MP”. Ela estima que estejam tramitando, atualmente, em torno de 200 investigações contra Prefeitos – hoje, o Estado conta com 497 cidades, o que representa 40%.

O Promotor-Assessor da Procuradoria de Prefeitos André Marchesan explicou sobre a importância de que o Prefeito de Cerro Branco estivesse presente durante as buscas em seu próprio gabinete e sua residência – ele participava de um compromisso em Porto Alegre e manifestou que não poderia se ausentar da Capital. A fala inicial coube ao Coordenador do Sistema Integrado de Investigação Criminal, Promotor Diego Rosito de Vilas, que ressaltou o êxito da Operação, com a apreensão de documentos importantes que irão comprovar as fraudes e desvios investigados.

As Promotoras Maristela Schneider e Débora Jaeger Becker também estiveram presentes na coletiva.

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