Quinze pessoas são presas durante Operação "Braço Forte" em Pelotas
Quinze pessoas presas, 21 veículos recolhidos e grande apreensão de armas de fogo, armas brancas, porretes, algemas, celulares e computadores, entre outros equipamentos. Este é o saldo da Operação “Braço Forte”, desencadeada pelo Ministério Público em Pelotas na manhã desta terça-feira, 5. Os resultados preliminares foram apresentados durante coletiva de imprensa realizada na sede do MP. Participaram o Subprocurador-Geral de Justiça para Assuntos Institucionais, Fabiano Dallazen; os coordenadores da ação, Promotores de Justiça Flávio Duarte e Reginaldo Freitas da Silva; e o Corregedor-Geral da Brigada Militar, Tenente-Coronel Jaques Machado, além de outros integrantes do Ministério Público.
O alvo da operação desta manhã foi a Nasf Portaria e Segurança, de propriedade do Tenente da Reserva da BM Nelson Antônio Silva Fernandes, um dos presos temporariamente. Conforme as investigações do Ministério Público, a empresa, que, teoricamente, deveria atuar em Pelotas com serviço de zeladoria, praticava crimes como tortura, milícia armada, lesões corporais, danos patrimoniais e incêndio, entre outros.
De acordo com o Subprocurador Institucional, sob o pretexto de impor respeito às residências e estabelecimentos comerciais que tinham a placa da empresa afixada, os integrantes da Nasf sequestravam, agrediam e torturavam suspeitos de crimes contra essas propriedades. Também, outras pessoas que não tinham qualquer vinculação com o crime. “Faziam uma abordagem que constrangia a comunidade. Trata-se de uma verdadeira organização criminosa, uma milícia armada”, destaca Fabiano Dallazen. Durante a entrevista, o Subprocurador apelou aos moradores de Pelotas e da região que comuniquem qualquer ato de ilegalidade cometido pela Nasf que tenham conhecimento ao Ministério Público. “O Gaeco permanecerá aqui em Pelotas ao longo dos próximos dias para receber essas denúncias”, informou. O Subprocurador Institucional também agradeceu o apoio da BM no cumprimento dos mandados, bem como a vigilância da Corregedoria-Geral da Corporação no acompanhamento de toda a situação.
O Promotor de Justiça Reginaldo Freitas da Silva disse que “essa organização não pode ser tida como empresa de segurança, mas sim uma verdadeira milícia, que vinha usurpando aquilo que é função essencial do Estado, fazendo trabalho de polícia, acusação e julgamento”. O Promotor também reiterou que aqueles que ousassem entrar em propriedades protegidas pela Nasf eram perseguidos e torturados. Além disso, pessoas e empresas que não utilizavam os serviços da empresa eram forçadas à contratação, através do arrombamento de suas residências e estabelecimentos comerciais.
Por sua vez, o Corregedor-Geral da Brigada informou que a corporação irá investigar a possível participação de policiais da ativa, seja agindo no apoio às atividades da empresa ou se omitindo da sua função. “Seremos bastante rigorosos. Não compactuamos com qualquer atividade ilegal ou que se distancie do que a sociedade espera de nossos brigadianos”, ressaltou. Segundo os Promotores, até o momento não há confirmação do envolvimento de policiais militares da ativa no esquema criminoso. Além do Tenente da Reserva Nelson Antônio Silva Fernandes, foram presos nesta manhã dois integrantes do Exército Brasileiro.
Os nomes de todos os presos temporários, além, do Tenente Nelson, são os seguintes: Wagner Nicoletti Fernandes, Nilmar dos Santos Acosta, Mauro Fernando Silveira Silva, Gerson Roberto Peixoto Garcia, Silvio Luis Soares Vargas, Elizeu Valdemir Bueno, Éverton Marques Porto, Adriano Macedo de Miranda, Michel Schwantes Vieira, José Edson Rangel de Medeiros, Eduardo Felipe Faustini de Medeiros, Carlos Henrique Barros Guimarães e Rafael Aires Vieira. Também foi preso, em flagrante, Pedro Augusto Boehs da Silva.
Ouça aqui a Rádio MP.