“Sem o aporte financeiro que recebemos do Ministério Público, dificilmente estaríamos aqui”, diz maestro da Ospa
A frase acima foi dita pelo maestro Evandro Matté ao receber os membros do Ministério Público na nova sede da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre, que fica no térreo do prédio do Centro Administrativo Fernando Ferrari, em Porto Alegre. Ele explicou que o Estado, na época em que estava sendo discutida a utilização do espaço no CAFF, só autorizaria o início da obra mediante uma previsão de projeto e recurso. “O Ministério Público, naquele momento em que nós precisávamos, aportou os recursos para iniciarmos. Se isso não tivesse acontecido, dificilmente nós hoje estaríamos aqui dentro”, explica Matté.
O grupo, composto pela subprocuradora-geral de Justiça para Assuntos Jurídicos, Jacqueline Fagundes Rosenfeld, pelo coordenador da Procuradoria de Fundações do Ministério Público, procurador de Justiça Keller Dornelles Clós, e pela curadora da Procuradoria de Fundações, promotora de Justiça, Janine Borges Soares, visitou, na manhã da última sexta-feira, 30 de agosto, o espaço ocupado pela Ospa. Foi a primeira vez que estiveram no local depois da inauguração da Sala de Concertos, ocorrida em 24 de março de 2018.
O espaço de 1,5 mil metros quadrados, com capacidade para mais de mil espectadores, foi reformado com verba destinada pelo Ministério Público. Aproximadamente R$ 1 milhão foi repassado pela Procuradoria de Fundações para a Fundação Cultural Pablo Komlós, responsável pela execução da obra. Os recursos foram provenientes de saldos de fundações que passaram por processo de extinção e que são geridos pela Procuradoria.
O coordenador da Procuradoria de Fundações externa sua satisfação em ver a obra concluída e saber que a orquestra jovem e outros grupos de estudo também ocupam o espaço. “A gente vê que tudo isso que foi feito está tendo o resultado desejado e muito mais do que o esperando. Eu estou muito satisfeito com o que está acontecendo aqui na Ospa”, conclui Keller Clós.
Conhecer os espaços do prédio também faz parte do processo de inspeção que o MP faz periodicamente na Fundação Cultural Pablo Komlós e em outras centenas de fundações em Porto Alegre. Nesse contexto, a promotora Janine Borges sublinha que o Ministério Público busca constantemente, além de cumprir o papel legal de fiscalizar, atuar como articulador para efetivar mudanças positivas na sociedade. “Nós podemos ser uma ponte, ajudar a transformar, colaborar. Podemos dar o apoio que as fundações muitas vezes precisam e, às vezes, com pequenas ações, nós vamos conseguir grandes resultados, como o que está visível aqui hoje”, diz a promotora.
Durante a visita, o grupo também assistiu ao ensaio da Orquestra, que contava, na ocasião, com a presença de integrantes da Orquestra Jovem, como o violinista Douglas Mota da Silva. O jovem resume em poucas palavras o que a Ospa significa pra ele: “É como um coração, como um pulmão, eu vivo pra música e da música também hoje”.
A emoção do violinista é compartilhada pela subprocuradora-geral de Justiça. “Perceber no Ministério Público essa visão concreta de ser parceiro da sociedade e, no caso aqui da OSPA, o resgate social e a inclusão dos nossos jovens, me deixa realmente orgulhosa de pertencer ao Ministério Público há mais de 40 anos”, conclui Jacqueline Rosenfeld.
Uma das vidas transformadas pela Ospa é a de Moisés Irajá dos Santos. O violinista, ex-aluno da Escola de Música, vive há onze anos na cidade de Salzburgo, na Áustria. O menino de Montenegro, que sonhava desde pequeno com a música, agora mora na cidade de Wolfgang Amadeus Mozart. Ele diz que a passagem pela Orquestra foi fundamental para chegar aonde chegou e, durante visita a Porto Alegre, veio conhecer a casa nova da Ospa. “Uma orquestra tem que ter sua casa, os músicos tem de se sentir em casa, porque isso aqui é uma família. Se a família não tem uma base, uma estrutura, fica difícil. Agora tá legal e espero que vá pra frente e continue evoluindo”, conclui Moisés.