Promotoria participa de esforço concentrado para resolver mais de 360 casos de violência doméstica
A Promotoria de Justiça com atuação junto aos Juizados da Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher de Porto Alegre participará, na próxima semana, de um esforço concentrado para a realização de audiências para a solução de casos envolvendo solicitações de medidas protetivas a mulheres em risco. O mutirão integra a Semana Nacional da Justiça pela Paz em Casa, entre 30 de novembro e 4 de dezembro.
Os Promotores de Justiça Marcelo Ries e Adriana Cruz da Silva serão os responsáveis pela acusação nos processos. Estão previstas mais de 360 audiências de casos em que mulheres solicitaram proteção contra agressores.
Para Marcelo Ries, esses momentos são importantes para conscientizar a população sobre a problemática. Conforme levantamento sobre o primeiro semestre deste ano no Rio Grande do Sul feito pelo Observatório da Violência Contra a Mulher, do Governo do Estado, houve 22.582 ocorrências de ameaça, 12.790 registros de lesões corporais e 274 estupros.
Nesse período, 40 mulheres foram mortas, sendo que em 66% a morte ocorreu por motivos declaradamente envolvendo sentimentos de posse, 76% morreram dentro de suas casas, 75% foram assassinadas pelo ex ou atual companheiro, 65% já tinham registrado ocorrência contra o agressor e 17,5% estavam sob medida protetiva. Outras 173 mulheres quase foram mortas. Dessas, duas não resistiram aos ferimentos e morreram mesmo após atendimento médico.
O Promotor de Justiça analisa que “ainda há muito preconceito em relação a essa temática, de que não se deve meter a colher, mas a gente entende que sim; a violência das ruas é um retrato de uma sociedade machista, em que o homem não respeita a mulher, age com violência psicológica, moral e física contra ela, e os filhos irão reproduzir essa violência de forma espiral”. Ele entende, ainda, que “a Semana pela Paz em Casa, os 16 dias de ativismo pelo fim da violência contra a mulher e o Dia Internacional da Não Violência Contra a Mulher são datas importantes porque aglutinam a discussão do tema para que as pessoas entendam que é inaceitável e intolerável esse tipo de violência”, concluiu.
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