MP recebe dossiê sobre problemas no atendimento psiquiátrico em Porto Alegre
Representantes do Simers e outras entidades médicas entregaram um dossiê ao Ministério Público sobre os problemas enfrentados pelos pacientes do Hospital Psiquiátrico São Pedro, em Porto Alegre. Neste ano, a Instituição viu o número de vagas de residência psiquiátrica serem cortadas pela metade pelo Governo do Estado. Também foram extintas as quatro vagas exclusivas para psiquiatria infantil. Conforme as entidades, o Hospital convive com a ameaça de fechamento do ambulatório, onde duas mil pessoas são atendidas todos os meses.
Os documentos foram recebidos pelo Coordenador do Centro de Apoio Operacional Criminal, João Pedro Xavier, em substituição ao Coordenador do Centro de Apoio Operacional de Direitos Humanos, Miguel Velasquez. O material será encaminhado à Promotoria de Justiça de Defesa dos Direitos Humanos.
A situação iniciou em 2001, após a aprovação da Lei da Reforma Psiquiátrica. Dezenas de pacientes com doenças mentais graves, que viviam há décadas no Hospital São Pedro, foram levadas para casas construídas em bairros de Porto Alegre, Cidreira ou Viamão. Longe do Hospital e abandonados pelos familiares, eles ficam sob os cuidados de profissionais contratados pela Secretaria da Saúde. Há denúncias de que os pacientes ficariam sozinhos durante a noite. Segundo a Direção do Hospital, pacientes receberam alta mesmo contra o parecer dos médicos.
O Hospital São Pedro existe desde 1874. A instituição é referência no tratamento de doentes psiquiátricos graves e recebe pacientes de todo o Estado. Em 31 de janeiro, o Procurador-Geral de Justiça, Eduardo de Lima Veiga, recebeu os representantes das entidades de classe para tratar do assunto, quando foi definida a elaboração do dossiê para protocolo no MP.
