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Educação como ferramenta para combater a corrupção

Educação como ferramenta para combater a corrupção

marco
Evento teve a exposição de casos de sucesso e palestras que destacaram a importância da educação para a formação de adultos éticos

Educação focada em valores: esta foi uma das principais alternativas expostas para combater um dos grandes problemas da sociedade brasileira: a corrupção. Este foi o tema que conduziu o último dia do encontro “Corrupção: diversos olhares”, que movimentou o auditório do Ministério Público nesta quinta e sexta-feira, 9 e 10 de dezembro. O encerramento foi marcado pela exposição de casos de sucesso, palestras que destacaram a importância da educação para a formação de adultos éticos e uma apresentação da Orquestra de Câmara Jovem do Rio Grande do Sul.

“Propusemos uma reflexão sobre corrupção, sob diferentes perspectivas. E em cada olhar propor estratégias e soluções exequíveis para o problema”, destacou o promotor Cesar Faccioli, coordenador estadual da campanha “O que você tem a ver com a corrupção” no Rio Grande do Sul. Segundo ele, o evento tinha a missão de chamar a atenção para a necessidade de priorizar a educação como forma de combate à corrupção. “Nossos heróis são os educadores. E devemos priorizar a educação, com políticas públicas efetivas”, prosseguiu o Promotor, lembrando a responsabilidade de cada um sobre o tema: “O Brasil somos nós; o construímos ou o destruímos todos os dias. Corrupção é coisa nossa. Todos nós temos a missão de lutar ativamente contra ela, ou nos tornaremos cada vez mais sua vítima”.

A procuradora-geral de Justiça, Simone Mariano da Rocha, exaltou as iniciativas apresentadas e a importância do debate sediado pelo Ministério Público nesses dois dias, reforçando que o combate à corrupção de forma articulada e que envolva também toda a sociedade é essencial neste trabalho.

O encontro também teve uma homenagem à Escola João XXIII, que integrou a organização do evento, após adesão à campanha “O que você tem a ver com a corrupção”, e pela premiação do aluno vencedor do 4º Concurso de Desenho e Redação e do prêmio Escola Cidadã concedido pela Controladoria Geral da União.

DIÁLOGO COMO SOLUÇÃO

O primeiro exemplo veio da região central do Brasil, e destacou a mediação como forma de solução para a violência nas escolas e valorização do diálogo para uma cultura sem violência. Com o tema “Mudar é possível – Resgate de Valores: Mediação no contexto escolar como método de solução de conflitos”, foi apresentado o projeto “Estudar em Paz”, pela coordenadora da iniciativa Flávia Beleza. A ação foi implementada em 2009 em uma escola de São Sebastião, no Distrito Federal, com o objetivo de reduzir problemas de vandalismo e agressividade na escola. Professores e alunos, desde aqueles tidos como mais difíceis, até os melhores, foram escolhidos pela direção para fazerem um curso de mediadores. A partir daí, passaram a implementar as técnicas para a solução dos conflitos surgidos na instituição de ensino. “O mediador estabelece ligações, para criar relações de respeito e de apoio. Ele propõe uma reflexão sobre as relações e as ações na escola, na família e na sociedade. É uma visão positiva do conflito, que porporciona transformações individuais e coletivas”, explicou Flávia.

Parte dos resultados foram expressos por uma estudante que integra o projeto. Ela era tida por professores e até mesmo pela família como uma “garota impossível”. A jovem reconhece e é prova da mudança proporcionada pelas atividades de mediação. “Ela é uma das melhores mediadoras que temos na escola, pois traz as vivências dela para o diálogo, propondo diferentes reflexões”, destacou Flávia. A estudante reconhece: “Eu mudei muito, e procuro levar a mediação para fora da escola também”.

UMA CULTURA DE INTOLERÂNCIA À CORRUPÇÃO

Este foi o tema central da segunda manifestação desta sexta-feira no encontro “Corrupção: diversos olhares”, enaltecendo uma educação apoiada em valores para formação de cidadãos mais éticos. A palestrante foi a jornalista e educadora Márcia Medeiros, que falou sobre o projeto “Vivendo valores na educação”, que trabalha com a capacitação de professores. A mediação foi da advogada Terezinha Irigaray.

“Não tem como corrigir nossa sociedade se não corrigirmos a relação com das pessoas e nós mesmos”, iniciou a palestrante, destacando que, para promover mudanças, é necessário acreditar no potencial individual para isso. Destacou a necessidade de se promover, na escola, uma mudança em etapas, que inicia com a reflexão sobre os valores que se quer alacançar e sua conceitualização, e somente a partir disso adotar ações práticas a partir desses valores. E completou que, antes de todos eles, deve estar o amo: “Os valores estão sempre em cadeia se começarmos com o amor. Você muda ambientes, condutas e comportamentos”, destacou.

MÚSICA PARA A VIDA

O encerramento das atividades foi musical. O exemplo de um projeto de sucesso, que também se pauta pelo respeito e responsabilidade, partiu da Orquestra de Câmara Jovem do Rio Grande do Sul. O grupo, formado por aproximadamente 60 jovens, existe desde 2008, e reúne jovens carentes de Porto Alegre que recebem uma bolsa-auxílio participando da Orquestra. As lições são do maestro e integrante da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre Telmo Jaconi.

Ele falou sobre o trabalho desenvolvido com os adolescentes e dos resultados obtidos por meio da música. “A arte também é um caminho para a formação de cidadãos éticos e responsáveis. Eu nunca vi uma criança que vive com a música ser violenta”, disse.

Um pouquinho da arte desenvolvida pelos estudantes pode ser prestigiada pelo público. Composições clássicas, populares e tradicionais da música brasileira e gaúcha foram apresentadas pelos jovens músicos.



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