Montenegro: júri de acusado pelo MPRS por feminicídio de personal trainer é adiado
O júri de um acusado pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), que iria ocorrer nesta quinta-feira, 6 de março, em Montenegro, foi adiado. O réu responde pelo feminicídio da companheira. A personal trainer, de 30 anos, foi morta no dia 26 de janeiro do ano passado, no município do Vale do Caí. O casal estava em processo de separação e o réu não aceitava o fim do relacionamento de 11 anos.
Conforme divulgação do Tribunal de Justiça do Estado (TJRS), o motivo foi o fato do réu ter revogado seu advogado de defesa entre a noite de quarta-feira e a madrugada desta quinta-feira, após decisão judicial de manter o plenário. Sem representante legal, ele não pode ser julgado. Uma nova data será marcada, mas antes, o réu tem 10 dias para indicar novo advogado.
A acusação pelo MPRS seria feita pela promotora de Justiça Rafaela Hias Moreira Huergo. "Nos desaponta porque houve um esforço enorme para que esse júri ocorresse e houve um gasto público muito grande, além de jurados convocados, mobilização de agentes de segurança, condução do réu, preparação de organizações da sociedade civil. Um desgaste e frustração para todos, mas principalmente para a família da vítima. O MPRS vai tomar todas medidas cabíveis para que o réu siga preso e o julgamento ocorra o mais brevemente possível", destaca a promotora.
O CRIME
De acordo com a denúncia do MPRS, após uma discussão, o réu matou a vítima asfixiada, a colocou dentro do seu carro e deixou o corpo na frente da casa dos pais dela. O acusado responde por homicídio com as qualificadoras de motivo torpe, pois estava inconformado com a separação; emprego de asfixia; recurso que dificultou a defesa da vítima, se valendo da superioridade física; e pela questão de gênero, no caso, o feminicídio dentro de um contexto de violência doméstica familiar.