Leite Compen$ado: a pedido do MPRS, Justiça de Teutônia decreta prisão preventiva do “alquimista” referente a processo de 2014
A pedido do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), a 2ª Vara Judicial da Comarca de Teutônia decretou na segunda-feira, 16 de dezembro, a prisão preventiva de um químico industrial conhecido como o “alquimista” ou o “mago do leite” referente a processo da Operação Leite Compen$ado 5, de 2014. Por já responder processo judicial há 10 anos por fraude no leite, ele estava impedido de atuar em laticínios devido a uma cautelar penal, mas, como foi preso na semana passada pelo MPRS na Operação Leite Compen$ado 13, em Taquara, a instituição entendeu pelo novo pedido de prisão do investigado.
O Poder Judiciário, ao revogar a cautelar penal que permitia ao alquimista responder em liberdade pelos crimes daquela época, pontuou as novas ponderações dos promotores de Justiça Mauro Rockenbach e Alcindo Luz Bastos da Silva Filho, responsáveis pelas investigações. Segundo eles, “uma decisão que é muito importante porque agora ele já conta com duas prisões preventivas, o que dificulta o seu retorno à atividade criminosa, atividade a qual ele está ligado há mais de 20 anos, e há mais de 20 anos o Ministério Público continua no seu encalço”.
O químico, ao descumprir a cautelar, aguardando julgamento pelo processo de Teutônia e ainda esperando para que fosse monitorado eletronicamente, havia aperfeiçoado uma fórmula com o objetivo de mascarar leite vencido ou em deterioração com adição de soda cáustica e água oxigenada. O próprio despacho judicial destaca que “não seria leviano presumir que, caso solto, continuaria a delinquir, diante do histórico do réu e os últimos acontecimentos, com nova prisão preventiva decretada por outro juízo”.
OPERAÇÃO LEITE COMPEN$ADO 13
Dezembro de 2024 – Foram cumpridos quatro mandados de prisão preventiva, sendo um deles a do “alquimista”, e mais 16 de busca e apreensão em Taquara, Três Coroas, Parobé, Imbé e São José do Rio Preto, em São Paulo. Houve ainda uma prisão em flagrante de uma funcionária do laticínio investigado em Taquara. O químico elaborava, clandestinamente, fórmulas para a indústria adulterar leite vencido ou deteriorado com a adição de água oxigenada e soda cáustica. Também foram detectados pelos e pontos de sujeira em embalagens. Leite UHT, em pó, soro e composto lácteo produzidos pela empresa eram distribuídos para todo Brasil e para Venezuela.
OPERAÇÃO LEITE COMPEN$ADO 5
Maio de 2014 – Foram cumpridos três mandados de prisão em 10 cidades do Vale do Taquari e Vale do Sinos, com foco em Imigrante, onde o “alquimista”, alvo da 13ª fase, foi preso pela primeira vez pelo MPRS, e em Paverama, sede de duas indústrias de laticínios. Os dois proprietários das indústrias também foram detidos por darem ordens para adição de soda cáustica, bicarbonato de sódio e água oxigenada no leite. Houve, ainda, cumprimento de ordens judiciais em Teutônia, Arroio do Meio, Encantado, Venâncio Aires, Marques de Souza, Travesseiro, Novo Hamburgo e Cruzeiro do Sul.