"Quem usa o carro como arma será julgado pelo júri”, diz promotor sobre condenação de homem que matou adolescente em colisão de trânsito na Capital
Após a condenação de um acusado pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), no final da noite de terça-feira, dia 12 de novembro, em Porto Alegre, por matar uma adolescente de 15 anos em uma colisão de trânsito em 2013, o promotor de Justiça Luiz Eduardo de Oliveira Azevedo, que atuou em plenário, disse que “foi uma punição, embora tardia, mas exemplar e, hoje, quem utiliza o veículo como uma arma será julgado pelo júri”. O réu foi sentenciado a 12 anos e oito meses de prisão pelo homicídio com dolo eventual, ou seja, ele assumiu o risco de matar Bruna Lopes Capaverde, de 15 anos, e de mais três tentativas de homicídio. O cumprimento inicial da pena é em regime fechado, mas ele poderá recorrer em liberdade.
Para Luiz Eduardo Azevedo, sempre é importante lembrar que a guerra do Vietnã matou cerca de 58 mil soldados norte-americanos em 10 anos e, no Brasil, o trânsito matou cerca de 33 mil pessoas somente em 2022. Partindo disso, o promotor diz que, sobre o caso que foi ao Tribunal do Júri na Capital, uma “jovem cheia de sonhos teve uma vida ceifada por um motorista embriagado e uma família, atormentada há mais de uma década, queria ver o fim disto tudo. Desta forma, a sociedade, por meio dos jurados, deu uma resposta exemplar para uma conduta deste tipo ao volante. As pessoas têm de saber que terminou a cultura de que crimes de trânsito são delitos de segunda categoria, sempre tendo uma justificativa, escudados na culpa lato sensu. A conduta de quem usa o carro como uma arma é tão grave quanto a da pessoa que aponta uma arma para outra e dispara o gatilho.”
O julgamento foi realizado no Fórum Central de Porto Alegre entre 10h e 23h de terça-feira. Sobre o fato, a colisão ocorreu no dia 16 de novembro de 2013 no cruzamento das avenidas Pernambuco e Brasil, Zona Norte da cidade. Segundo a denúncia do MPRS, o motorista dirigia embriagado um veículo em alta velocidade e, ao ignorar o sinal vermelho no cruzamento entre as duas vias, bateu no carro onde estava Bruna. Ela morreu no local. Além do réu e uma passageira do automóvel que ele conduzia, outras duas jovens que estavam com Bruna tiveram várias lesões, como por exemplo, traumatismos abdominal e cranioencefálico. O condenado fugiu do local sem prestar socorro às vítimas.
Foto: Arquivo Pessoal