Porto Alegre: acusados pelo MPRS são condenados pelo homicídio qualificado de atleta da base do São José
Foram condenados, no início da madrugada desta quinta-feira, dia 21 de março, no Fórum Central de Porto Alegre, três acusados pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) por um duplo homicídio e três tentativas, todos qualificados, ocorridos em 2019. Eles mataram a tiros o jogador da equipe sub-20 do Esporte Clube São José, Wesley Sampaio Soares, de 19 anos, e sua namorada, Sara Moreira de Oliveira, de 16 anos. O trio também foi condenado por três tentativas de homicídio, já que havia mais três pessoas – incluindo o alvo dos criminosos – no carro em que estavam as vítimas.
Cada um, respectivamente, recebeu uma pena de 83 anos, nove meses e 12 dias; 52 anos, 11 meses e cinco dias; e o terceiro, de 52 anos, 11 meses e 25 dias de prisão com cumprimento inicial em regime fechado. Todos já estavam presos durante as investigações. Todas as teses do MPRS foram atendidas pelo Conselho de Sentença: duplo homicídio – e três tentativas – mediante as qualificadoras de motivo torpe, recurso que dificultou a defesa das vítimas e emboscada.
A promotora de Justiça Lúcia Helena Callegari atuou em plenário pelo MPRS: “este caso deixou amigos e familiares das vítimas com uma dor lastimável, e o MPRS esteve neste júri totalmente preparado para conseguir a condenação dos réus. E foi o que conseguiu para tentar, pelo menos, amenizar um pouco esta dor, esta perda irreparável de dois jovens maravilhosos e muito amados por todos que os conheciam".
Ainda houve condenações por crimes conexos para um dos réus, no caso, roubo do veículo usado no ataque às vítimas e receptação de arma. Todos também foram condenados por porte de arma.
O CRIME
O crime ocorreu por volta das 6h do dia 21 de julho de 2019. Conforme a denúncia do MPRS, o trio, que já havia roubado um carro no dia anterior para executar a vítima, se aproveitou do fato de que o alvo iria sair de uma festa conduzindo um automóvel. Mesmo com outras pessoas dentro do veículo, eles atiraram no grupo durante o trajeto do bairro Cidade Baixa para a Restinga. O caso ocorreu na Avenida Carlos Barbosa, no bairro Medianeira, e o alvo era o condutor do automóvel. O motivo do crime seria uma desavença envolvendo tráfico de drogas, que resultou em um outro homicídio.
Pouco tempo depois do crime, os suspeitos foram presos pela polícia. Wesley e a sua namorada Sara foram mortos apenas pelo fato de estarem juntos com o alvo dos réus. Wesley, conhecido como Sampaio no São José, era lateral-direito e atuava na base do clube desde a categoria sub-12. Ele passou boa parte da vida entre a Restinga, onde morava, e o bairro Passo d’Areia, onde treinava. O jogador residia em uma casa com dois irmãos mais novos, a mãe e os avós e ajudava, por meio do futebol, com as despesas da casa. No dia do sepultamento, várias pessoas foram ao cemitério vestindo a camisa do clube e, no julgamento, familiares e amigos das vítimas foram à 1ª Vara do Júri vestindo camisetas com as fotos de Sampaio e Sarah.
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