Velasquez faz balanço positivo do seminário ocorrido na serra
“No evento foi possível passar aos Promotores e Procuradores de Justiça uma visão multidisciplinar das questões relativas à área da infância e juventude e, através de oficinas simultâneas, estabelecer um grande debate de todas as temáticas”. A opinião é de Miguel Granato Velasquez, Coordenador do Centro de Apoio Operacional da Infância e Juventude e um dos organizadores do encontro estadual “Ministério Público e as Estratégias Institucionais para Proteção da Criança e do Adolescente”, que encerrou na tarde de sexta-feira com a votação e aprovação em plenária de mais de 60 propostas de inclusão social e defesa dos direitos da criança e do adolescente.
Na parte da manhã do último dia de trabalhos, o promotor de Justiça Jayme Weingartner Neto fez uma exposição sobre a “Justiça Restaurativa”. Abordou seu movimento, tendências e preocupações. Indagou, por exemplo, a respeito da conveniência ou não da vítima encontra-se com seu agressor, porque a justiça restaurativa reconhece que, atualmente, “há casos horrendos de mais para colocar as pessoas frente a frente”, sublinhou. Sobre os rumos desse modelo de justiça, disse que “está em pleno processo de diálogo, de experiências eventuais e concretas que devem ser avaliadas”.
Miguel Velasquez ressaltou, ainda, ser preciso levar em consideração o trabalho institucional e as parcerias com outros órgãos que legitimam as ações. Também destacou a Ficai como importante instrumento de inclusão escolar, “devendo permanecer mais que a coerção, o convencimento de que o adolescente retorne aos estudos como forma de sair da situação de miséria”.
Velasquez, que palestrou, nesta segunda-feira, na abertura da III Jornada Estadual contra a Violência e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, na Assembléia Legislativa, afirmou que a troca de experiências com outros profissionais qualificou ainda mais os membros do Ministério Público que teve a preocupação de convidar para o seminário realizado em Bento Gonçalves, autoridades das áreas da psiquiatria, sociologia e pediatria, “para mostrarem o que há demais recente no campo da pesquisa e contribuírem no aprimoramento das ações dos Promotores de Justiça”.
O Coordenador do CAO/Infância, que dividiu o palco do auditório Dante Barone com a Coordenadora do Disque-Denúncia Nacional, Marli Baptistella – que apresentou dados da rede de proteção e propostas de ações e políticas públicas que o Governo Federal pretende implementar – discorreu sobre como o Ministério Público gaúcho vem atuando no combate à exploração sexual de crianças e adolescentes. (Jorn. Marco Aurélio Nunes).
