Skinhead responde no banco dos réus por tentativa de homicídio e preconceito racial
O Ministério Público acusa Diego da Silva Santa Maria, 28 anos, pela tentativa de homicídio contra Fábio Endrigo Mello Fagundes, ocorrida na saída de um Gre-Nal do dia 16 de setembro de 2007. O Promotor de Justiça André Gonçalves Martinez representa o MP na sessão, que vem sendo realizada desde às 9h no plenário da 2ª Vara do Tribunal do Júri da Capital.
Pela denúncia sustentada pelo Promotor de Justiça, Diego da Silva Santa Maria é acusado de tentativa de homicídio qualificado, formação de quadrilha e racismo. Ele teve expedida prisão preventiva em fevereiro de 2008, confirmada pelo STJ e STF em 2010. Mas, em 2011, foi concedida liberdade provisória ao réu.
Diego e outros integrantes do grupo White Power Sul Skin, que faziam parte da torcida Geral do Grêmio, andavam pela Avenida Borges de Medeiros, próximo ao antigo Cinema Capitólio, no Centro Histórico, quando avistou a vítima, acompanhado da namorada. Conforme os depoimentos dos réus, eles resolveram agredir o jovem por se tratar de um punk negro.
O rapaz, desarmado, tentou fugir, mas foi alcançado pelo grupo, de oito pessoas. Ele foi agredido por chutes, socos e 14 golpes de canivete, desferidos por Diego Santa Maria. Enquanto isso, Renan do Amaral Pereira (condenado a dez anos de prisão em novembro de 2012) e outro jovem chutaram a vítima. Ela foi socorrida por moradores das proximidades e levada ao hospital, onde fez uma cirurgia de emergência e ficou incapacitada ao trabalho por quatro meses. Fábio teve perfurações no baço, no pulmão e no pâncreas, além de vários traumatismos.
Nas casas dos réus, foram encontrados DVDs e panfletos nazistas, artefatos para confeccionar bombas caseiras (prego, fita isolante, rojão), canivete de aço inox, um bastão de beisebol em madeira, um bastão de uso da Brigada Militar e uma soqueira de metal pontiagudo.