Rio Grande: júri condena réus que mataram aposentado e enterraram corpo na praia do Cassino
Em sessão do Tribunal do Júri de Rio Grande ocorrida nesta quarta-feira, 18, quatro pessoas foram condenadas à prisão pela morte e ocultação de cadáver do aposentado Ari Medeiros, de 63 anos, ocorrida em 31 de março de 2004. Omair Luis Rodrigues deverá cumprir 21 anos e seis meses de prisão por homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima) e ocultação de cadáver; Fábio Pereira Britto foi condenado a 24 anos e seis meses de reclusão, também por homicídio triplamente qualificado, bem como por furto qualificado e ocultação de cadáver; Alex Sandro Lopes Lemos foi condenado à pena de cinco anos e nove meses por roubo e ocultação de cadáver; Alberto dos Santos Modernel foi condenado a pena de quatro anos e seis meses por furto qualificado e ocultação de cadáver. A acusação foi realizada pelo Promotor de Justiça Márcio Schlee Gomes.
O CRIME
A vítima, de 63 anos, conheceu Viviane Silveira Medeiros, de 22 anos, com quem se casou em 2001. Viviane era ex-companheira de Omar Luiz Rodrigues Souza, que estava preso por homicídio e tráfico de drogas. Em 2004, Viviane começou um caso com Fábio Pereira Britto, que posteriormente foi preso também por associação para o tráfico de drogas. De acordo com a investigação policial, os três, Viviane, Omar e Fábio planejaram o crime, de modo a ficar com um seguro de vida que Viviane achava ser beneficiária por ser casa com Ari.
Assim, Fábio contatou Alberto dos Santos Modernel e Alex Sandro Lupes Lemos, e no dia 31 de março, executaram o plano.
Omar, embora preso em regime fechado, saiu do presídio (provado por impressão digital encontrada num ticket de pedágio no veículo da vítima), e juntou-se a Fábio, Alex e Alberto. Viviane levou a vítima Ari para a Praia do Cassino durante a noite, atraindo-a para o local do ataque antes planejado por todos.
A vítima foi, então, abordada e atacada por Fábio, Omar e Viviane, sendo assassinada e enterrada nas dunas da praia. Alex, Alberto e Omar levaram o veículo para Porto Alegre, onde foi encontrado num estacionamento perto da rodoviária, meses depois, dando início à investigação. Viviane trocou de advogado e será julgada em breve.
“Trata-se da primeira vez que fiz um júri, em centenas de casos, com condenação de réus sem ser encontrado o cadáver da vítima, ou seja, sem prova direta da materialidade do delito. As provas, porém, davam clara dimensão da ocorrência do homicídio”, afirmou o Promotor.