Leite Compen$ado 8: 16 são denunciados por fraude no leite
O Ministério Público ofereceu, nesta sexta-feira, 22, denúncia contra 16 pessoas que adulteraram leite in natura na região Norte do Estado. A Leite Compen$ado 8, deflagrada no último dia 13, apurou que os denunciados, em diversas ocasiões distintas, corromperam, adulteraram, receberam e mantiveram em depósito para vender, leite destinado ao consumo humano mediante a adição de água com produtos químicos para mascarar análises.
Os denunciados são:
• Odair Melati e Delair Salete Bolis Melati (sócios das empresas Transportes Melati & Bolis Ltda, Odair Melati Ltda e Transportes Delair Melati Ltda);
• Franciel José Lazari, Ezequiel Ivan Sakrczewski, Vilmar Bonfante e Tarciano Hardt (motoristas de caminhões);
• Ariel Paulo Narzetti (Presidente da Cooperativa de Pequenos Agricultores de Campinas do Sul – Coopasul);
• Douglas Bonfante e Marcos José Baldiga (Laboratoristas da Coopasul);
• Ediovani Gleison Demarco (responsável pela coleta de amostras na Coopasul);
• Arino Adalberto Adami e Angelo Antonio Paraboni Filho (responsáveis pelo recebimento das cargas de leite adulteradas transportadas pela Transportes Odair Ltda. e recebidas na empresa Cooperativa Tritícola de Erechim – Cotrel);
• Valdir Poganski, Lidia Bucior Poganski, Vilson Risson e Marizani Michelin Risson (produtores de leite que aceitavam que Odair e Delair colocassem, nos talões de produtores, litragem a maior do que a quantidade produzida, para justificar o aumento gerado pela adição de água).
Seguem presos preventivamente desde a semana passada Odair Melati, Franciel José Lazari, Ezequiel Ivan Sakrczewski, Ariel Paulo Narzetti, Vilmar Bonfante e Douglas Bonfante.
As investigações criminais, capitaneadas pelo Promotor de Justiça da Especializada Criminal Mauro Rockenbach detectaram que os denunciados se associaram para praticar o crime previsto no artigo 272 do Código Penal (adulteração de produto alimentício), entregue para as Cooperativas Coopasul e Cotrel. Odair e Delair são compreendidos como os mentores do esquema criminoso. Os quatro motoristas faziam a adulteração do produto lácteo e, em algumas ocasiões, realizavam o transporte das cargas, sendo que Ezequiel era quem comprava cloreto de sódio para adicionar ao leite. Os laboratoristas alteravam ou sequer preenchiam as planilhas de recebimento das cargas, a mando do Presidente da Coopasul. Por sua vez, Ediovani Demarco era o responsável pela adição de substâncias químicas utilizadas para ajustar ou estabilizar cargas de leite impróprias para consumo, tanto nas dependências da Cooperativa quanto na estrada, ocasiões em que era incumbido de se deslocar até onde se encontravam os caminhões. A mesma transportadora encaminhava leite adulterado para a Cotrel, sob a anuência dos responsáveis pela Cooperativa, Arino Adalberto Adami e Angelo Antonio Paraboni Filho.
Para a obtenção da vantagem econômica, Odair Melati e Delair Melati se utilizavam dos talões dos produtores rurais dos também denunciados Valdir Poganski, Lidia Bucior Poganski, Vilson Risson e Marizani Michelin Risson, para colocar litragem acima da quantidade real produzida por dia nas propriedades, o que justificaria o aumento de volume gerado pela adulteração da substância, com a adição de água e de algum soluto.
INDISPONIBILIDADE DOS BENS
A pedido da Promotoria de Justiça Especializada de Defesa do Consumidor, a Justiça deferiu o bloqueio dos depósitos e aplicações financeiras de Odair e Delair Melati, bem como a indisponibilidade dos bens deles e das três empresas em seus nomes.
LEITE COMPEN$ADO
Em oito fases, 46 pessoas foram presas e 81 denunciadas por adulteração de produto alimentício em diversas regiões do Estado.
ARQUIVAMENTO
O MP pediu o arquivamento da investigação de um Contador, que trabalharia para a transportadora de Melati.
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