Líderes da facção “Os Manos” são incluídos no Regime Disciplinar Diferenciado
Acolhendo pedido formulado pelo Ministério Público, as Varas de Execuções Criminais de Porto Alegre determinaram a inclusão do apenado Márcio Fabiano Carvalho no Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) pelo prazo de 360 dias, a ser cumprido em uma Penitenciária Federal de Segurança Máxima. Também como resultado de investigação realizada pelo MP, o apenado Marizan de Freitas, um dos líderes da facção "Os Manos", terá que cumprir pena no RDD. As decisões colegiadas foram proferidas nos dias 6 e 15 deste mês.
CÉLULA CRIMINOSA
Márcio comandava uma célula criminosa que tinha como objetivo ampliar o domínio territorial da facção “Os Manos”, especialmente para assegurar a hegemonia do tráfico de drogas no Vale dos Sinos e exterminar desafetos e grupos rivais. Ele era o líder da facção na Penitenciária Modulada Estadual de Charqueadas e vinculado a Paulo Márcio Duarte da Silva, conhecido como Maradona e tido como comandante da organização criminosa. Maradona também já esteve recolhido em Presídio Federal. Márcio já foi condenado a uma pena total de 63 anos e sete meses de reclusão por homicídios, roubos, porte de arma e furto.
Embora preso, por meio de ligações telefônicas, Márcio gerenciou a aquisição de um fuzil calibre 5.56 para uso de sua célula criminosa, mediante o pagamento do valor de R$ 31 mil. O detento ainda ordenou e organizou a invasão do Morro Santa Marta, em São Leopoldo, para assumir o controle do tráfico no local, bem como providenciou armas (pistolas, revólveres, escopeta e metralhadora) para os integrantes de sua célula. O objetivo era matar todos os membros do grupo rival. O plano foi frustrado durante sua execução pela intervenção da Brigada Militar, que entrou em confronto com os criminosos.
Márcio também arquitetou e ordenou o homicídio de Roberto Barreto, o “Betinho”, seu desafeto, que recém havia saído da Penitenciária Estadual do Jacuí (PEJ) e somente não morreu porque não foi atingido em região vital. Ele também mandou matar Maicon da Silva Gomes Feijó e determinou, nesse caso, que fosse cortada a orelha do cadáver para remetê-la à amante da vítima.
DROGAS POR ATACADO
Marizan de Freitas era um dos líderes da facção “Os Manos”, com atuação na Penitenciária Modulada Estadual de Charqueadas. O detento comandava uma célula criminosa responsável pelo tráfico de drogas e por homicídios no Vale dos Sinos e Vale do Paranhana.
Durante investigações o Ministério Público apurou que os detentos negociavam armas, drogas e veículos clonados. Foi descoberto que a facção estabeleceu uma organização criminosa voltada principalmente para o fornecimento de drogas, por atacado, aos demais integrantes em diversos pontos da Região Metropolitana, Vale dos Sinos e encosta da Serra, com recolhimento semanal do dinheiro obtido. Marizan ainda era o responsável por adquirir e fornecer drogas em larga escala, inclusive negociando com outros presos.