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Operação Carmelina: preso Advogado acusado de fraudes contra empresa de telefonia

Operação Carmelina: preso Advogado acusado de fraudes contra empresa de telefonia

marco

O Ministério Público e a Polícia Federal cumpriram no final da tarde desta segunda-feira, 22, mandado de prisão preventiva contra o Advogado Maurício Dal Agnol, denunciado no início do ano por formação de quadrilha para se apropriar de indenizações de clientes em processos judiciais. A prisão preventiva, decretada pela 3ª Vara Criminal de Passo Fundo, ocorreu porque, segundo o Ministério Público, o Advogado falsificou um alvará de acordo judicial no qual a empresa telefônica BRT repassa R$ 5 milhões a um grupo de clientes de Dal Agnol. Conforme o Promotor de Justiça Julio Ballardin, ele teria recortado o documento do acordo, fraudado as informações e repassado R$ 50 mil.

Nesta terça-feira, 23, às 11h, haverá coletiva de imprensa dos Promotores de Justiça Álvaro Poglia, Marcelo Silveira Pires e Julio Ballardin. Foram apreendidos junto com o Advogado, em uma mochila, o valor de R$ 333 mil em dinheiro e cheque e um passaporte com visto norte-americano válido. Conforme as investigações, o acusado iria fugir do país na noite desta segunda-feira e foi preso na avenida Brasil próximo a ponte do Rio Passo Fundo. Nesta terça-feira será solicitada à Justiça a penhora dos bens.

No momento da prisão, houve manifestação geral das pessoas na frente da Polícia Federal, porque milhares delas foram vítimas do golpe. “O objetivo do MP é ressarcir as vítimas, que são pessoas humildes, mais velhas e que economizaram durante muito tempo para comprar uma linha telefônica”, frisou Julio Ballardin.

A “Operação Carmelina” foi deflagrada em 21 de fevereiro deste ano pela Promotoria de Justiça de Passo Fundo, pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), e pela Polícia Federal. A ação desarticulou o grupo criminoso que operava através de um escritório de advocacia em Passo Fundo, responsável por apropriações indébitas provenientes de clientes que ingressaram com ações judiciais contra uma empresa de telefonia. O esquema era chefiado pelo Advogado Maurício Dal Agnol, cuja prisão preventiva, cumprida à época, foi mantida após a denúncia, mas revogada pelo Tribunal de Justiça do Estado em pedido de liminar da defesa.

A fraude é inestimável. Inicialmente, indícios apontavam para prejuízos de cerca de R$ 100 milhões. No entanto, mais de mil vítimas já procuraram o MP indicando prejuízos com o esquema. Conforme as apurações do MP e da Polícia Federal, o escritório de advocacia - por meio de procurações - se apropriava de créditos de clientes que ajuizaram ações na Comarca de Passo Fundo. Os delitos foram praticados, em sua maioria, contra pessoas com poucos recursos financeiros e idosos.

A operação foi intitulada “Carmelina” por ser o nome de uma das vítimas do esquema, idosa que faleceu sem receber mais de R$ 100 mil que lhe caberiam.



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