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Caso Bernardo: denúncia do MP é detalhada durante coletiva de imprensa

Caso Bernardo: denúncia do MP é detalhada durante coletiva de imprensa

marco

“O Ministério Público está convencido de que Leandro Boldrini, Graciele Ugulini e Edelvânia Wirganovicz mataram Bernardo Uglione Boldrini. E o pai é o mentor intelectual. Ele tinha domínio do fato, a decisão foi dele”. A afirmação é da Promotora de Justiça Dinamárcia Maciel de Oliveira e foi proferida aos jornalistas que acompanharam na tarde desta quinta-feira, 15, a entrevista concedida pelo Ministério Público para apresentar a denúncia oferecida à Justiça em relação à morte do menino de 11 anos.

A Promotora de Justiça e o Subprocurador-Geral de Justiça para Assuntos Institucionais, Marcelo Dornelles, participaram da coletiva, concedida no campus da Universidade Regional do Noroeste do RS (Unijuí) de Três Passos. Alguns áudios de diálogos entre familiares, obtidos através de interceptações telefônicas, foram divulgados para exemplificar a convicção sobre a participação de Leandro Boldrini no crime.

PROMOÇÃO

Primeiramente, o Subprocurador Institucional fez uma manifestação na qual iniciou se solidarizando com a comunidade de Três Passos. “A cidade não merecia ser conhecida nacionalmente por esta tragédia”, destacou. Marcelo Dornelles salientou o apoio da Administração do Ministério Público à atuação de Dinamárcia Maciel de Oliveira, “pelo equilíbrio, agilidade e competência com o qual atuou no caso”. Ele também esclareceu que a Promotora de Justiça está promovida para a Comarca de São Luiz Gonzaga desde 18 de março e que esta sexta-feira será o último dia dela atuando em Três Passos. “Importante explicar isso para que não paire dúvida sobre qualquer relação com este caso”, disse. Dornelles aproveitou para apresentar a Promotora de Justiça Silvia Inês Miron Jappe, que está assumindo na Comarca local. Também foi feito por ele um reconhecimento “ao competente trabalho desempenhado pela Polícia Civil e à parceria para elucidação dos fatos”.

Marcelo Dornelles ainda explicou que a apuração das circunstâncias da morte de Bernardo Boldrini foi dificultada pelo fato de ter sido algo premeditado. “Desde o primeiro momento a família foi suspeita. Provas muito boas foram colhidas pela autoridade policial. A partir disso, acolhemos integralmente o inquérito e fizemos alguns acréscimos após a interpretação jurídica que nos cabe dos fatos”, esclareceu.

MOTIVOS

Na sequência, Dinamárcia Maciel de Oliveira explicou os motivos que levaram o Ministério Público a denunciar Leandro Boldrini, Graciele Ugulini e Edelvânia Wirganovicz por homicídio quadruplamente qualificado (motivos torpe e fútil, emprego de veneno e agir com dissimulação como recurso que dificultou a defesa da vítima). “Leandro é o mentor intelectual e garante do fato. Graciele sua cúmplice, unida a ele disposta a tudo. E Edelvânia cedeu aos apelos da amiga que lhe acenou com as mãos cheias de dinheiro”, expôs. A Promotora disse que o inquérito policial apresenta farto material probatório sobre a inteligência emocional do pai para orquestrar o homicídio do filho.

A Promotora também detalhou o entendimento do Ministério Público para incluir na qualificadora do motivo torpe a motivação patrimonial de Leandro e Graciele. Ela exemplificou com a resistência do pai de Bernardo em formalizar o inventário de sua esposa Odilaine Uglione, que se suicidou em fevereiro de 2010. Isso porque, segundo o entendimento do Ministério Público, materializaria o direito, como herdeiro, de Bernardo Boldrini à parte de todos os bens adquiridos pelo denunciado e sua mãe enquanto viva.

Em relação ao crime de ocultação de cadáver, a Promotora Dinamárcia Maciel de Oliveira esclareceu que Evandro Wirganovicz, irmão de Edelvânia, foi incluído na denúncia pois “não há dúvidas sobre os indícios da participação dele na ocultação do corpo de Bernardo”. O seu carro foi visto no local onde a cova foi cavada dois dias antes do assassinato. No entanto, o denunciado afirmou, textualmente, que não emprestou o automóvel para ninguém e nem saiu de casa na data com o veículo, tese desmontada na investigação policial.

Por fim, Dinamárcia Maciel de Oliveira abordou a denúncia contra Leandro Boldrini por falsidade ideológica. “Aqui temos explícita a desfaçatez de um criminoso. Ao comunicar o desaparecimento do filho, dois dias após o crime, ele enganou a Polícia Civil, o Ministério Público, o Conselho Tutelar e toda a comunidade para que saíssem atrás do Bernardo”, destaca.

A coletiva também foi acompanhada pelo Presidente da Associação do Ministério Público, Victor Hugo Palmeiro de Azevedo Neto; pela Diretora da AMP, Letícia Ilges; pela Promotora que assumirá em Três Passos, Sílvia Jappe; pelas Delegadas Caroline Bamberg Machado e Cristiane de Moura e Silva; e por agentes da Polícia Civil.

Ouça aqui a Rádio MP.



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