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Ex-vice-cônsul de Portugal é denunciado por estelionato e coação

Ex-vice-cônsul de Portugal é denunciado por estelionato e coação

marco

O ex-vice-cônsul do Governo Português, Adelino D’Assunção Nobre de Mello Vera Cruz Pinto foi denunciado pelo Ministério Público nesta sexta-feira, 9, pelos crimes de estelionato e coação. Ele é apontado como o responsável pelo desvio de, aproximadamente, R$ 2,5 milhões da Mitra da Arquidiocese de Porto Alegre. O MP também requereu o cadastramento do mandado de prisão junto à Interpol.

De acordo com o Ministério Público, no período entre junho de 2010 e janeiro de 2011, Adelino Vera Cruz Pinto, em comunhão de esforço com uma terceira pessoa ainda não identificada, conhecida apenas como Teresa Falcão e Cunha, simulou negociações e contratos de doações do Governo de Portugal e da ONG Patrimônio e Restauração para a Vítima para a Mitra da Arquidiocese de Porto Alegre. Valendo-se da função pública de vice-cônsul, apresentou-se para encaminhar projetos de restauração da Igreja Nossa Senhora da Conceição e da Cúria Metropolitana, afirmando que obteria doações do governo português e da ONG no valor aproximado de R$ 12 milhões.

Em determinado momento das supostas negociações, o denunciado afirmou que os projetos foram aprovados e que o dinheiro estaria liberado. Contudo, exigiu caução equivalente a 30% do valor dos projetos, que corresponderia à contrapartida da Mitra nas suas execuções. A quantia deveria ser depositada em banco oficial de Portugal, em curto espaço de tempo. Porém, ciente da dificuldade burocrática e legal para transferência de alto valor para o exterior, Adelino Vera Cruz Pinto ofereceu sua conta no Banco do Brasil para depósito. E assim foi feito por três vezes, em 21 e 24 de dezembro de 2010 e 5 de janeiro de 2011, em valores que somados chegaram aos R$ 2,5 milhões. Tão logo depositado o dinheiro, o denunciado realizou três transferências para sua conta no Banco Bilbao Viscaya, em Portugal e outros dois saques. Descoberto o golpe, ele abandonou o Brasil e teve decretada a prisão preventiva.

Na denúncia oferecida à Justiça pelo promotor Fabiano Dallazen é narrado, ainda, que em 4 de abril deste ano, o denunciado cometeu o crime de coação, ao ameaçar por telefone o representante da Mitra e bispo da Diocese de Montenegro, Paulo Antônio de Conto. Na oportunidade, Adelino Pinto disse que iria difamar a vítima perante as grandes redes de televisão, sob a alegação de que ele seria titular de contas bancárias ilícitas no exterior, fato inverídico, caso não interferisse junto à diretoria da Mitra para que se retratasse do teor da comunicação de ocorrência que desencadeou o inquérito policial.



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