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Operação Virgínia desarticula quadrilha que roubava cargas em Pelotas

Operação Virgínia desarticula quadrilha que roubava cargas em Pelotas

marco
Ação foi desencadeada nesta quarta-feira, 15, em Pelotas e Canguçu, na Região Sul do Estado, pelo Ministério Público e Polícia Civil

Três pessoas presas e apreensão de seis espingardas, uma pistola 9mm, dezenas de talonários de notas fiscais, farta munição de variados calibres e aparelhos celulares. Este é o saldo da Operação Virgínia, desencadeada na manhã desta quarta-feira, 15, em Pelotas e Canguçu, na Região Sul do Estado, pelo Ministério Público e Polícia Civil. Um quarto homem, que também tinha a prisão preventiva decretada não foi encontrado e está foragido. O objetivo com o cumprimento dos mandados de prisão e busca e apreensão foi a desarticulação de uma quadrilha que agia no roubo de cargas de fumo na zona rural dos dois municípios. Os detidos são Maicon Bulow Blank, o Alemão; José Alberto do Amaral, o Zé da Veia; e Carlos Cleber Gayer Vieira, o Titi.

Participaram da ação 50 integrantes do Núcleo Integrado de Investigações Criminais do MP (NIIC), da Delegacia Especializada em Furtos, Roubos, Entorpecentes e Capturas (Defrec) de Pelotas e várias Delegacias da Região. Os resultados foram detalhados durante coletiva à Imprensa com a participação do promotor de Justiça Criminal de Pelotas, Décio Mota e dos delegados Eduardo Hartz, Marcelo Hartz e Marco Antônio de Souza.

O trabalho que culminou na Operação Virgínia (alusão à classificação do fumo roubado, considerado nobre) teve início em abril deste ano, quando a Defrec tomou conhecimento de um roubo de carga no interior de Pelotas. Na oportunidade, em apenas uma ação do bando criminoso, foram desviadas 16,5 toneladas de fumo, avaliadas em, aproximadamente, R$ 115 mil.

A Defrec de Pelotas, por intermédio do então titular delegado Marcelo Hartz, procurou o Ministério Público local e colocou o promotor Décio Mota a par da situação. “Foi solicitado o apoio do MP na realização de diligências e teve início a troca de ideias sobre a investigação em curso”, explica o Promotor. Ele foi o responsável pelas solicitações das medidas judiciais necessárias, como os pedidos de busca e apreensão e a autorização para a quebra dos sigilos bancário e telefônico dos envolvidos. O trabalho de escutas telefônicas foi realizado, posteriormente, por integrantes do NIIC, através do Sistema Guardião do MP. As informações colhidas foram compartilhadas com a Defrec.

Como fruto desse trabalho conjunto, a carga roubada foi recuperada, posteriormente, em uma indústria fumageira de Venâncio Aires. “Essa parceria entre as instituições foi fundamental para atingirmos os objetivos de trazer à tona fatos obscuros e desarticularmos essa quadrilha”, frisou o delegado Eduardo Hartz.

SISTEMÁTICA DA QUADRILHA

A atuação da quadrilha no caso apurado mostrou ser bem estruturada. O grupo era dividido entre executores do roubo, gerentes e encaminhadores da carga ao novo destino. Quatro componentes, fortemente armados, agiram em um veículo de passeio, abordando, ainda nas estradas rurais, um caminhão carregado de fumo. O motorista transportador foi deixado pelo caminho e a carga desviada para um sítio. Depois, um novo transportador foi contratado, para encaminhar o produto para as indústrias tabageiras da região de Venâncio Aires.

Já em Venâncio Aires, um representante comercial intermediador da quadrilha comprou a carga e emitiu uma nova nota fiscal, para que pudesse, posteriormente, vender a carga roubada como sendo legal para indústrias da região, que acreditaram estar adquirindo um produto de procedência lícita.

Segundo as investigações do Ministério Público e da Polícia Civil, pelo menos dois dos integrantes da quadrilha já possuíam antecedentes criminais pela mesma prática. A suspeita é de que o grupo tenha começado a agir na região no ano de 2008. Foi detectado o envolvimento de nove pessoas na prática criminosa. Elas responderão pelos crimes de roubo majorado, falsidade ideológica, receptação qualificada, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. Após a recuperação da carga roubada em abril deste ano, não houve mais registros de novos ataques da quadrilha na região de Pelotas.



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