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Médico preso em clínica de aborto

Médico preso em clínica de aborto

marco
Força-Tarefa cumpriu mandado de busca e apreensão após investigação. O ginecologista, que ofereceu propina aos agentes para não ser preso, possui antecedentes

Agentes da Força-Tarefa da Promotoria Especializada Criminal estouraram uma clínica de aborto clandestina instalada na sala 91 do edifício 323 na rua Dr. Flores, no Centro da Capital. Foram detidos em flagrante o médico ginecologista Clóvis Rodrigues Madruga e suas duas funcionárias. Uma mulher de 44 anos, que estava sedada por estar no meio de um procedimento, foi levada sob custódia para o Hospital Presidente Vargas. O marido, de mesma idade, por enquanto seria ouvido na Área Judiciária da Polícia Civil como testemunha, adiantou o promotor de Justiça João Nunes Ferreira, que coordenou as investigações.

O cumprimento do mandado de busca e apreensão deferido pela Justiça ocorreu às 11h e causou curiosidade no Centro de Porto Alegre. Os agentes chegaram ao local após duas semanas de apurações desencadeadas depois de uma denúncia anônima feita à Especializada. Quando entraram na clínica o médico estava numa sala e a paciente em outra, que servia para procedimentos. A mulher, uma funcionária pública estadual, se encontrava sedada. No piso, vaso sanitário e em equipamentos cirúrgicos, havia manchas de sangue. Uma ambulância da SAMU foi aciona para conduzi-la ao hospital.

O marido da paciente, um analista de sistemas, esperava na ante-sala e ficou supreso com a ação, assim como as funcionárias Fabiola Trajano e Vera Terezinha dos Santos. Madruga, que já teve consultório na rua Vigário José Inácio, foi algemado na hora. Ele responde a processos pelos crimes de aborto e tentativa de aborto na Vara do Júri da Capital. O médico e suas assistentes foram encaminhados à Polícia para serem autuados em flagrante.

O promotor João Nunes revelou que dois agentes da Força-Tarefa se passaram por um casal interessado na prática. Além disso, foi feita a interceptação telefônica de aparelhos da clínica, inclusive um celular. As funcionárias atendiam clientes através de senhas. Para fazer um procedimento, por exemplo, a palavra chave de comunicação era “exame”. O aborto em uma grávida de dois meses custava R$ 2 mil e de um mês R$ 1 mil.

Além de uma ante-sala e sala de procedimentos, a clínica tinha banheiros, cozinha, um quarto usado pelo médico e uma sala de recuperação. Muito medicamento foi apreendido pelos agentes, assim como prontuários, R$ 11,1 mil e 1.091 dólares. Clóvis Madruga, que chegou a oferecer todo o dinheiro aos policiais, também recebeu voz de prisão por tentativa de corrupção ativa. Foi descoberto, ainda, que o médico tinha uma rota de fuga para o prédio ao lado, através de uma escada. Ao ser detido limitou-se a dizer que “apenas estava fazendo um procedimento”. O Instituto Geral de Perícias fez todo o levantamento do local.



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