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Ação retira hackers da web

Ação retira hackers da web

marco
Operação "Nerd II" da Especializada Criminal de Porto Alegre eclodiu após nove meses de investigações da Força-Tarefa

Mandados de prisão e de busca e apreensão que estão sendo cumpridos contra três pessoas no Paraná, uma em Santa Catarina e 25 no Rio Grande do Sul, estão pondo um fim nas atividades de uma quadrilha de hackers – indivíduos que ingressam em sistemas fechados de computadores – que atuava, principalmente, no Sul do País. O grupo, que agia há mais de um ano lesando clientes e instituições financeiras, desviou via Internet mais de R$ 10 milhões de contas bancárias. Mas está sendo desmantelado na manhã desta sexta-feira, através da “Operação Nerd II”, desencadeada pela Promotoria de Justiça Especializada Criminal de Porto Alegre. A ação simultânea, que conta com o emprego de quatro equipes da Força-Tarefa do Ministério Público e agentes da Polícia Civil, é comandada pelo promotor de Justiça Ricardo Herbstrith. Os mandados foram deferidos pelo Fórum Regional de Sarandi, na Capital.

BENS

Em Curitiba foram detidos dois membros da quadrilha: o que “lavava” o dinheiro arrecadado, e o líder e mentor dos golpes que eram aplicados principalmente contra pessoas jurídicas. Sua mãe, que também tinha tarefas no grupo, foi presa em Maringá. Em Florianópolis, um “laranja” deverá ser detido. Nove integrantes da quadrilha são procurados na fronteira-oeste: três homens em Santana do Livramento e seis mulheres em Quaraí. Elas foram surpreendidas na cidade pela Força-Tarefa e presas. Outros 16 participantes da organização deverão ser barrados na Grande Porto Alegre. O Ministério Público pediu à Justiça o seqüestro dos bens da quadrilha. Dentre eles estão duas coberturas, apartamentos, vários automóveis e eletrodomésticos. O líder do grupo inclusive comprou um ponto dentro do Shopping Paladium, que está sendo construído na capital paranaense, para instalação de uma choperia. Ricardo Herbstrith anunciou que em Curitiba foi apreendido uma ilha de computação, dois aparelhos chamados “chupa-cabras” que servem para clonar cartões bancários em máquinas 24 horas, diversos cartões magnéticos em branco, laptops, dinheiro, uma moto e dois carros.

REMANESCENTES

A operação “Nerd II” – batizada em menção a jovens cujos interesses recaem sobre tecnologia, RPG, ficção cientifica etc. – eclodiu após nove meses de investigações. Agentes da Força-Tarefa monitoraram os membros da quadrilha especialmente pelas interceptações telefônicas. O promotor Herbstrith salientou que os hackers capturados são remanescentes de grupos desbaratados nas operações “Pontocom”, da Polícia Federal, e “Nerd I”, realizada pela Especializada há dois anos. No Paraná as prisões foram efetuadas pela equipe da Força-Tarefa coordenada por Herbstrith, que teve auxilio de agentes da Promotoria de Investigações Criminais (PIC) daquele estado. Na Grande Porto Alegre, policiais civis cumprem os mandados chefiados pelo delegado Cléber Ferreira, diretor do Departamento de Polícia Metropolitana (DPM). Em Livramento e Quaraí, o promotor de Justiça Mauro Rockenbach coordena as equipes.

PROGRAMAS

Os hackers serão acusados de furto mediante fraude na Internet, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. O Ministério Público gaúcho começou apurar as ações do grupo depois de receber notícias dos bancos que sofreram as conseqüências pela invasão de contas. Especializados em enviar spam com links atrativos aos internautas, que funcionavam como iscas para obtenção de dados que davam acesso a conta bancária do navegador da Web, os hackers também utilizavam programas de mensagens instantâneas para se comunicarem porque era o meio mais fácil de não serem descobertos.

CÓDIGO

De acordo com Herbstrith, a quadrilha, que tinha uma célula no Estado, de forma on line “quebrava o código da fonte das páginas de segurança dos bancos”. Após ter acesso a conta bancária, transferia o dinheiro para várias contas de “laranjas”. A pulverização de depósitos em contas bancárias era feito para dificultar que as autoridades encontrassem o rastro do dinheiro. O saque também era feito por “laranjas” na boca do caixa da agência bancária e em pequenas quantias para não chamar atenção. De posse de todo o cadastro e números de senhas da pessoa que teve seu computador invadido, os hackers ainda tinham facilidades para pedir empréstimos através do “Crédito 1 Minuto”. O promotor Herbstrith entende que com a prisão dos investigados “retiramos de circulação uma quadrilha de grande expressão no meio criminoso, que causava prejuízos de grande monta, gerando insegurança nas relações bancárias”.



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