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Dois são presos em flagrante e indústria é interditada durante ação da Operação Leite Compen$ado 10

Dois são presos em flagrante e indústria é interditada durante ação da Operação Leite Compen$ado 10

marco
Matéria atualizada às 08h e 51min

Duas pessoas foram presas em flagrante na sede da Lactibom Derivados do Leite LTDA, entre eles o sócio-proprietário Luciano Petry, no desfecho da Operação Leite Compen$ado 10 e Queijo Compen$ado 2. Amostras coletadas no início da manhã na sede da empresa comprovaram a adulteração que era feita no leite no local, especialmente através da adição de água. Além disso, a Lactibom teve os portões lacrados e também está impedida de produzir ou comercializar qualquer produto. Outros cinco funcionários da linha de produção chegaram a ser detidos, mas foram liberados na sequência.

Os presos foram conduzidos à Delegacia de Polícia de Venâncio Aires. A ação ocorreu por volta das 17h desta quarta-feira.

COLETIVA DE IMPRENSA

Em entrevista coletiva nesta tarde com a participação do Subprocurador-Geral de Justiça para Assuntos Institucionais, Fabiano Dallazen, e dos Coordenadores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) – Núcleo Segurança Alimentar, Promotores de Justiça Alcindo Luz Bastos da Silva Filho e Mauro Rockenbach, foram repassadas à imprensa detalhes como funcionava a fraude nesta etapa da operação.

Inicialmente, Dallazen destacou que a ação do MP mostra que a fraude “continua pelo lucro que os criminosos obtêm através dos delitos praticados”. O MP está atento e continuará agindo para combater este tipo de prática “de quem está brincando com a saúde da população”, disse. O Subprocurador Institucional também fez menção ao trabalho que MP vem desenvolvendo através do programa de segurança alimentar e citou como exemplo a campanha "Antes de comer, melhor saber", que incentiva as pessoas a observarem os rótulos antes de consumir os produtos. Ele também salientou, ainda, a importância da atuação estruturada da Instituição através do Núcleo Segurança Alimentar do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco)

Mauro Rockenbach explicou aos jornalistas que todas as cargas que chegavam na empresa eram aproveitadas, fossem boas ou ruins. As cargas de qualidade boa ou razoável eram utilizadas na produção de leite cru, muitas vezes com adição de água, depois encaminhadas para a linha produção e, finalmente, remetidas ao mercado. Em um dos casos, de acordo com o Promotor, um laudo comprovou que havia adição de 35% de água a mais do que o permitido no leite. “Nesta fase podemos dizer, ironicamente, que estavam adulterando água, colocando leite nela”, apontou. Já o produto em condições deterioradas era levado para a queijaria Latte Bios, de Lajeado. Lá, era produzido queijo muitas vezes impróprio para o consumo (uma carga de 700kg fiscalizada recentemente apresentou alta concentração de coliformes fecais. "A décima etapa da operação demonstra que, em se tratando de leite, nada se perde, tudo se transforma”, finalizou.

Alcindo Bastos defendeu a necessidade do endurecimento da legislação. “Não podemos mais permitir que empresas com esse tipo de comportamento continuem no mercado com um produto, no máximo, parecido com o leite”, considerou. O Promotor também informou que todo o produto da Lactibom será recolhido no Rio Grande do Sul. Segundo ele, o MP permanecerá vigilante e atuante para coibir as fraudes envolvendo o leite em todo o território gaúcho.

Também participaram da entrevista o Delegado Regional da Receita Estadual de Lajeado, Jorge Pozza; e o Chefe do Departamento de Fiscalização da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), Renato Zucchetti.

PRESÍDIOS

Parte da produção com a marca Lactibom abastecia os presídios de Santa Cruz do Sul, Venâncio Aires, Rio Pardo, Lajeado, Cachoeira do Sul e Encantado. As empresas fraudadoras também se preparavam para concorrer em licitações para abastecer as penitenciárias de Porto Alegre, Charqueadas e do futuro complexo prisional de Canoas. “Caso isso acontecesse, o leite fraudado abasteceria 90% da população carcerária do RS”, afirmou Mauro Rockenbach. A Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) já foi comunicada para que se abasteça de leite de outra região prisional ou realize compra emergencial de outra marca, uma vez que a partir de hoje não mais receberá leite Lactibom.

Os trabalhos da Operação Leite Compen$ado 10 foram conduzidos pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) – Núcleo Segurança Alimentar –, e contaram com apoio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Receita Estadual, Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), Secretaria Estadual da Saúde – Vigilância Sanitária, Secretaria Estadual da Agricultura e Brigada Militar.

Veja vídeo da ação:



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