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MP busca solução para problemas causados por agrotóxico com grande poder de dispersão

MP busca solução para problemas causados por agrotóxico com grande poder de dispersão

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A coordenadora do Núcleo de Resolução de Conflitos Ambientais – Nucam, Anelise Grehs, recebeu, nesta segunda-feira, 19, o promotor de Justiça de Bagé, Everton Luís Resmini Meneses, e um grupo de entidades que representam produtores do setor vitivinicultor do Estado, além de integrantes de órgãos ambientais.

O objetivo do encontro foi debater tema de expediente instaurado na Promotoria de Justiça Especializada de Bagé, cujo objeto é investigar possível poluição ambiental e prejuízos a produtores rurais de Hulha Negra e Candiota, em virtude do plantio de soja transgênica.

Ocorre que, conforme Resmini, no curso da investigação ficou evidenciado que o problema residia na aplicação de agrotóxicos a base do princípio ativo 2.4-D por grandes lavouras de soja e que, em razão da deriva, causavam prejuízos às lavouras lindeiras.

Conforme os representantes dos produtores presentes na reunião, o 2.4-D é um herbicida não seletivo, de uso permitido no Brasil, na grande maioria dos países da Europa, no Estados Unidos, e em praticamente todo o mundo. “Trata-se de princípio ativo muito volátil”, as gotículas dispersas no ar através de pulverização aérea e terrestre podem ocasionar derivas capazes de atingir lavouras distantes mais de 15Km do local da aplicação original do agrotóxico”, explicaram, ressaltando que, no âmbito econômico, o resultado é uma queda brusca na produção e prejuízos irreparáveis para as safras seguintes.

De acordo com técnicos presentes, se estima que uma videira levaria cerca de 3 ou 4 anos para se recuperar de uma contaminação por 2.4-D, isto sem que sofra novo envenenamento.

Para Anelise Grehs, é importante que seja dado conhecimento aos membros do MPRS acerca dos aspectos técnicos da aplicação do 2.4-D, que vêm causando grandes danos às lavouras de vitivinicultura e de agricultura orgânica. “É necessário que sejam discutidas alternativas técnicas para a solução da questão”, disse a promotora, informando que irá reunir colegas das comarcas onde ocorre o mesmo problema, pra que haja uma atuação conjunta a respeito. “Queremos, com base na documentação técnica que vai ser encaminhada pela Seapi e Condema, alinhavar estratégia objetivando restringir ou, eventualmente, proibir o uso”, ressaltou ela.

Participaram da reunião, ocorrida na sede do MP, em Porto Alegre, o representante da Associação de Vinhos Finos da Campanha e Professor da Universidade Federal do Pampa, Norton Victor Sampaio; a representante do Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente de Bagé, Tanira Sampaio; o representante da Vinícola Estância Guatambu, Javier González; o técnico da Fepam Gianfranco Badin Alici; o representante da Federação das Cooperativas Vinícolas do Rio Grande do Sul, Hélio Luiz Marchioro; o representante do Instituto Brasileiro do Vinho, Leocir Bottega; o presidente da Cooperativa Agrária São José/Vinhos Jaguari, João Alberto Minuzzi; o engenheiro agrônomo da Cooperativa Agrária São José/Vinhos Jaguari, Alexandre Maia; o engenheiro agrônomo e consultor, Antonio Santin; o técnico da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Irrigação Rafael Friedrich de Lima; e o assessor jurídico do Centro de Apoio Operacional do Meio Ambiente Diogo Petter Nesello.



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