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Tupandi: Agrofloresta do Inacinho é exemplo de produção em meio à mata nativa

Tupandi: Agrofloresta do Inacinho é exemplo de produção em meio à mata nativa

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A promotora regional de Meio Ambiente da Bacia Hidrográfica Taquari-Antas, Andrea Almeida Barros, acompanhada da assessora jurídica Luciana Dal Osto, realizou visita técnica na Agrofloresta do Inacinho, localizada no município de Tupandi, a fim de conhecer a produção de citros em meio à mata nativa. A visita ocorreu no último dia 11 de agosto.

“Nosso objetivo foi conhecer esse sistema de produção orgânica economicamente viável, com vistas à implantação, ou ao menos deixar como sugestão aos ribeirinhos do Rio Taquari, quando da preservação da mata ciliar”, explica a Promotora. De acordo com ela, se o projeto for corretamente implementado, tiver licenciamento e adequação ao plano de manejo, não há prejuízo ao meio ambiente. “Ao contrário, todos ganham: o meio ambiente, o Rio Taquari, os ribeirinhos”, disse ela.

O proprietário do local, Inácio Rohr, contou que há 21 anos produz frutas cítricas de modo completamente orgânico, sem uso de nenhum agroquímico. A área total da propriedade é de 13,5 hectares, sendo que 20% dela é de mata nativa.

“A natureza tem capacidade de produzir a longo prazo, sem danos", avalia Rohr. A partir desta premissa, ele organizou a propriedade para a produção biodinâmica, respeitando as relações ecossistêmicas naturais do local.

Os resultados são o equilíbrio ambiental (nenhum ataque de pragas ou de doenças); custo de produção baixo (sustentável economicamente); aproveitamento das energias disponíveis na natureza (solar, reciclagem de matéria orgânica); melhoria da qualidade de vida e da saúde (zero agroquímico); e melhoria da propriedade para as gerações futuras.

A propriedade, que conta com 6.000 pés de árvores frutíferas, é referência na produção orgânica de frutas cítricas, especialmente laranjas e bergamotas. O empreendimento familiar possui todas as licenças ambientais necessárias para produzir desta forma. “A Agrofloresta do Inacinho foi apresentada como case na Conferência Rio +20, ocorrida em junho de 2012”, lembra Andrea.

"Primeiro trabalhei o equilíbrio do solo. Quanto mais as árvores nativas cresciam, mais o cancro desaparecia. Enquanto era campo cítrico, o cancro dominava", conta Rohr, referindo-se aos diversos episódios de cancro cítrico entre 1990 e 1995. Nessa época, a doença era desconhecida e atingiu a diversos pomares na região, conhecida como a maior produtora de citros no Brasil. “Inácio está atendendo a todos os mandamentos constitucionais ambientais, previstos no artigo 225 da Constituição Federal”, afirma a Promotora.

De acordo com Andrea Barros, a propriedade integra a Rota Sabores e Saberes do Vale do Caí. Além da produção própria, há restaurante e pousada no local, o que propiciou o desenvolvimento do turismo rural na região.



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