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Pedofilia será rastreada na Internet

Pedofilia será rastreada na Internet

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O serviço será permanente no Rio Grande do Sul e funcionará no Centro de Apoio da Infância e Juventude. O objetivo é responsabilizar criminalmente os pedófilos

O Ministério Público gaúcho está implantando um serviço permanente de rastreamento de sites com conteúdo de pedofilia. O anúncio foi feito pelo coordenador do Centro de Apoio Operacional da Infância e Juventude, Miguel Velasquez, durante o encerramento da 4ª Jornada Estadual contra a Violência e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, realizada na terça-feira (30), no auditório Dante Barone da Assembléia Legislativa. O Ministério Público quer, segundo ele, "tirar as páginas do ar, mas principalmente responsabilizar criminalmente os pedófilos".

Atualmente, o Ministério Público possui um link em seu site que remete automaticamente as denúncias de pedofilia para a Polícia Federal. "A nossa intenção, além desse trabalho, é ter no estado do Rio Grande do Sul um serviço permanente de rastreamento de sites para identificarmos também aqueles que fazem uso da Internet para divulgar a pedofilia que, lamentavelmente, é a segunda forma de crime organizado no mundo, perdendo tão-somente para o narcotráfico", informou Velasquez. De janeiro a agosto, cerca de três mil denúncias de casos de pedofilia foram denunciadas no link do Ministério Público. "Esses números são duas vezes superiores aos do ano passado", revela o coordenador. Velasquez também disse que o Ministério Público pretende, a partir de agora, intensificar um trabalho junto aos provedores de Internet visando obter a colaboração deles na identificação de quem faz uso da Internet para expandir a rede criminosa.

O advogado e especialista na matéria, Ricardo Breier, revelou que redes criminosas fizeram da pedofilia um comércio. "O mais grave disso é que a criança passou a ser um cifrão", disse. Atualmente, segundo ele, o comércio em torno da pedofilia alcançou a cifra de 20 bilhões de dólares nos Estados Unidos. O Brasil é o segundo país, depois dos Estados Unidos, que mais consome material pedófilo, de acordo com informações do governo espanhol. "Nós temos mais de 17 mil sites no mundo que abordam a pedofilia. Destes, quase dois mil estão no Brasil", revela Breier.

VIOLÊNCIA CONTRA MENINAS

O encerramento da Jornada também serviu para que a ONG Coletivo Feminino Plural apresentasse o projeto Rede Menina, cujo objetivo é capacitar agentes para trabalhar na prevenção e em casos de violência contra meninas. Conforme a coordenadora Neusa Heinzelmann, o projeto que já funciona desde 2004, é destinado, por exemplo, para conselheiros tutelares e agentes de saúde. Até agora, cerca de 600 agentes foram capacitados pelo programa.

BALANÇO

A 4ª Jornada Estadual contra a Violência e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes debateu, durante cinco meses, os problemas em 15 cidades visitadas pelo Fórum Democrático de Desenvolvimento Social. De acordo com a Assembléia Legislativa, cerca de três mil pessoas participaram dos eventos. Os encontros foram promovidos pela Assembléia Legislativa, Ministério Público e Fundação Maurício Sirotsky Sobrinho. Participaram do encerramento da 4ª Jornada Estadual contra a Violência e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes o Procurador-Geral de Justiça Roberto Bandeira Pereira; o vice-presidente da Assembléia Legislativa, deputado Fabiano Pereira; o prefeito de Porto Alegre, José Fogaça; o gerente-executivo da Fundação Maurício Sirotsky Sobrinho, Alceu Nascimento; a deputada federal Maria do Rosário; a vereadora Manuela d'Ávila e a promotora da Infância e Juventude, Denise Casanova Villela.



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