Marcelo Ribeiro fala sobre atuação no Júri
Com a experiência de ter atuado durante 18 anos como Promotor no Tribunal do Júri de Porto Alegre, o Procurador de Justiça Marcelo Ribeiro foi o palestrante que abriu nesta quinta-feira (24/08) a II Semana do Ministério Público de Santa Maria. Para um auditório repleto de acadêmicos do curso de Direito da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), ele falou sobre “O Ministério Público, o Júri, a Repressão Penal e a Violência”. O evento faz parte da 4ª Semana Acadêmica do Direito da Ulbra - Campus Santa Maria, que teve início na segunda-feira (21/08) e se encerra hoje.
Durante sua fala, Marcelo Ribeiro frisou que os estudantes de hoje serão os futuros dirigentes da sociedade brasileira. “Devemos fazer uma reflexão muito séria e profunda para erradicar a desesperança que toma conta da nação brasileira”. O Procurador de Justiça citou o desrespeito que a criminalidade tem demonstrado em relação aos órgão de segurança pública do país, lembrando das recentes ondas de violência lideradas pela facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), no estado de São Paulo.
Ribeiro apontou o tráfico de drogas, como a maior motivação para a criminalidade no Brasil. “Durante os anos em que atuei no júri pude notar uma mudança no tipo de crimes levados a julgamento. Dos de caráter individual passamos para um grande índice de homicídios ligados ao tráfico, que hoje em dia representam 60% dos casos”. De acordo com o Procurador, o latrocínio, a extorsão mediante seqüestro e o roubo simples constituem as outras grandes mazelas da criminalidade. O palestrante mostrou desapontamento com a revisão pelo STF da Lei dos Crimes Hediondos que tornou as penas mais brandas. “Qualquer um que matar e receber a pena mínima de 20 anos, em três anos e quatro meses já estará em liberdade”.
Marcelo Ribeiro destacou ainda alguns desafios do Promotor de Justiça do Júri: a visão distorcida que a sociedade tem do Promotor como sendo aquele que sempre acusa, inquéritos policiais mal concluídos por falta de estrutura adequada e legislação desatualizada. Ao final de sua palestra, Marcelo Ribeiro deixou um apelo para que os jovens estudantes não percam a esperança de lutar por dias melhores, mais seguros para o povo brasileiro. Terminou sendo aplaudido de pé pelo auditório.
