Delegado de Polícia é condenado em Encantado
O Tribunal do Júri da comarca de Encantado condenou o delegado de Polícia Altair Veríssimo da Silveira a 11 anos e 10 meses de reclusão em regime fechado. Conforme o promotor de Justiça Reginaldo Freitas da Silva, que atuou em plenário, o Delegado tentou matar, em 23 de outubro de 1990, o indivíduo conhecido como "Serginho Sapateiro". Para tanto, simulou uma operação policial em uma estrada que dá acesso ao Município de Roca Sales, utilizando-se de policiais civis que não sabiam das suas reais intenções. O objetivo seria dar a entender que a vítima teria sido morta após uma reação a abordagem policial. Acatando a tese do Ministério Público, o conselho de sentença entendeu que, na realidade, houve uma emboscada e que a morte de "Serginho Sapateiro" foi tentada para encobrir outros crimes praticados pelo Delegado.
Segundo o Promotor de Justiça, "o processo indicou que o Delegado e um investigador de Polícia, já falecido, recebiam carros que eram furtados ou roubados por Serginho Sapateiro". Acrescenta que "os veículos eram esquentados na Delegacia de Trânsito e então repassados a terceiros". Como houve um desacerto entre eles, a morte foi tramada pelos policiais a título de "queima de arquivo". Mesmo atingido, "Serginho Sapateiro" conseguiu escapar da emboscada.
Além da tentativa de homicídio duplamente qualificado, Veríssimo foi condenado por peculato, visto que teria ocorrida a apropriação de um órgão eletrônico e uma caixa de som que estavam no carro da vítima. O Delegado está preso no Grupamento de Operações Especiais da Polícia Civil de Porto Alegre. Foi negado o direito dele apelar em liberdade.