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Bando que roubava dólares é interrogado em Taquara

Bando que roubava dólares é interrogado em Taquara

marco
Quadrilha denunciada pelo Ministério Público foi desarticulada na "Operação Paranhana", desencadeada no início de junho

Iniciou às 13h30min desta terça-feira e deverá seguir até o final do dia, no Fórum de Taquara, o interrogatório dos réus no processo que apura a ação de uma organização criminosa que roubava dólares de empresários. Alguns dos envolvidos serão ouvidos por carta precatória. A Promotoria Especializada Criminal da Capital, que comandou a “Operação Paranhana”, denunciou 28 implicados – 18 do Rio Grande do Sul, quatro de Santa Catarina, um de São Paulo e cinco de Goiás. Das 23 pessoas detidas durante os cumprimentos de mandados de busca e apreensão e, também, de prisão, 22 permanecem trancafiadas.

PRESOS

Em Porto Alegre, uma mulher se encontra recolhida na Penitenciária Madre Peletier e 12 homens no Presídio Central. Outros cinco estão no Presídio Municipal de Taquara, um numa penitenciária de São Paulo e três em uma cadeia de Goiás. Os crimes imputados são de formação de quadrilha armada, estelionato e lavagem de dinheiro. O promotor de Justiça Frederico Schneider de Medeiros, que coordenou a operação, ressaltou que apenas um dos envolvidos, de Goiás, ganhou liberdade provisória a pedido do Ministério Público “por colaborar nas investigações que ainda não cessaram”. Após a prisão dos quadrilheiros, muitas denúncias por e-mails ou através de telefonemas de pessoas lesadas pelo bando, chegaram à Promotoria Especializada.

LUCRO

A “Operação Paranhana”, transcorrida de forma simultânea no Estado e em outras capitais do País, desmantelou, no início do mês passado, a quadrilha que agia enganando, preferencialmente, empresários gananciosos. A ação foi batizada com esse nome porque o núcleo do grupo estava radicado em Taquara. No Rio Grande do Sul prisões foram efetuadas em Montenegro, Caxias do Sul, Passo Fundo, Carazinho e Palmeira das Missões. A ação mobilizou 15 agentes da Força-Tarefa do Ministério Público e mais de 70 da Brigada Militar, Polícia Rodoviária Federal e da Cogepol – Corregedoria da Polícia Civil. Os quadrilheiros, que só no Estado lucraram mais de 1,3 milhões de dólares aplicando cerca de 14 golpes, vinham sendo investigados há um ano. O monitoramento da organização culminou na interceptação de 145 mil ligações telefônicas.

VERBO

Os criminosos, que quando agiam sempre estavam bem trajados de terno e gravata e tripulavam carros importados, usavam como arma o “verbo”. O bando costumava utilizar “corretores” – pessoas bem-falantes – que identificavam e apontavam vítimas em potencial para roubar dólares. Os primeiros contatos eram feitos por telefone para agendar uma visita ao empresário alvo. Os membros da quadrilha, que portavam celulares prefixos 61, de Brasília, se apresentavam como pessoas importantes e com vínculos com o Congresso Nacional. Para atrair as vítimas, geralmente ofereciam automóveis com 30% de desconto e dinheiro que diziam ser “sobras de campanha eleitoral”.

FARSA

Reuniões com empresários fisgados pela quadrilha eram agendadas e ocorriam em mansões luxuosas de cidades da serra gaúcha, como Nova Petrópolis. Propostas de transações lucrativas eram colocadas na mesa. Para demonstrar e provar como conseguiam cédulas verdadeiras de reais, os quadrilheiros montavam um pequeno laboratório utilizando o que diziam ser a matriz do processo de fabricação de uma nota de R$ 100, que era coberta por uma película preta, líquidos reagentes e luzes infravermelhas. Impressionados com a emissão de cédulas e com a possibilidade de ganho fácil, os empresários não resistiam e topavam fazer o negócio. Os dólares eram colocados numa pasta e entregue aos malfeitores que pediam às vítimas que o seguissem de carro até um sítio para chancelar a troca por reais. No meio do caminho montavam uma farsa. A cena teatral geralmente utilizava viaturas da Polícia em perseguição com disparos de revólveres para parecer uma “batida policial”. Assustadas, as vítimas fugiam do local sem os dólares.



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