Mulher poderá receber delação premiada
Quatro membros da quadrilha que agia na região sul do Estado se encontram recolhidos no Presídio Estadual de Jaguarão. Depois de detidos e levados à sede do Ministério Público no município fronteira com a cidade de Rio Branco, no Uruguai, Maria da Graça Machado e os filhos Edenílson e Neimar Machado Vieira, e o amigo Mário Lúcio Rodrigues Bandeira, o “Madeira”, foram encaminhados à casa de detenção. Nesta quarta-feira, o quarteto será interrogado pelos Promotores de Justiça. O grupo está envolvido em tráfico de entorpecentes, derrame de carteiras de habilitação falsas e clonagem de veículos.
Neimar, também acusado de cometer um assassinato, foi detido em Esteio. “Madeira”, apontado como co-autor do crime, foi preso em Arroio Grande, assim como Edenílson e sua mãe. A nora Léia Vieira, casada com Neimar, foi presa em Alvorada, mas provavelmente será liberada. O promotor de Justiça João Nunes, da Especializada Criminal de Porto Alegre, deverá pedir à Justiça a liberdade da mulher que poderá ganhar o benefício da “delação premiada”. Léia se prontificou a colaborar nas investigações.
A apuração de um homicídio ocorrido em 2004, em Arroio Grande, levou a Força-Tarefa do Ministério Público a descobrir as atividades da quadrilha. A família dedicada ao crime foi barrada na manhã desta terça-feira. A ação simultânea foi desencadeada nas cidades de Pelotas, Arroio Grande, Esteio e Alvorada. A “Operação Limpeza” monitorou os quadrilheiros durante dois anos, principalmente através de interceptações telefônicas. Foram expedidos pela Justiça de Arroio Grande cinco mandados de prisão e sete de busca e apreensão. Trabalharam na desarticulação do grupo 13 agentes da Força-Tarefa do Ministério Público e 29 homens integrantes da Brigada Militar, Polícia Civil e da Polícia Rodoviária Federal. Também participaram a promotora de Justiça Cristiane Maria Levien, de Arroio Grande, e os promotores de Justiça Rogério Caldas e Adriano Zibetti, de Jaguarão.
A quadrilha traficava cocaína na região de Pelotas. Também vendia carteiras falsas de motoristas confeccionadas em Araranguá, Santa Catarina. O grupo ainda “clonava” carros e motos roubados. As motos eram atravessadas para Cerro Largo, no Uruguai. Com a prisão dos quadrilheiros, está sendo esclarecida a morte do motoboy César Nunes de Oliveira, 32 anos. A vítima foi morta a pauladas, em Arroio Grande. Seu corpo foi encontrado em um arroio e sepultado no cemitério do município como indigente. A Especializada Criminal solicitou à Justiça a exumação do cadáver e, através de exame de DNA, foi possível a identificação do cadáver. Agora o Ministério Público está perto de elucidar o verdadeiro motivo do homicídio e chegar a outras ramificações do bando.