Presa quadrilha que agia na região sul
Uma família dedicada ao crime foi barrada, na manhã desta terça-feira, pela Promotoria de Justiça Especializada Criminal da Capital. Uma ação simultânea desencadeada nas cidades de Pelotas, Arroio Grande, Esteio e Alvorada, deteve a mãe, os dois filhos, a nora e um amigo. Eles são acusados de tráfico de entorpecentes, confecção de carteiras de habilitação falsas e clonagem de veículos. O grupo também está envolvido em um homicídio. Foi apurado que membros do bando mataram um cúmplice. A “queima de arquivo”, como suspeitam os Promotores de Justiça, ocorreu em 2004, em Arroio Grande. Os quadrilheiros estão sendo encaminhados à sede do Ministério Público de Jaguarão. Depois de interrogados, serão recolhidos ao presídio do município que faz fronteira com a cidade de Rio Branco, no Uruguai.
MANDADOS
A “Operação Limpeza”, batizada com este nome por ser o início de uma varredura no tráfico de drogas em Arroio Grande, que se estende para Pelotas, foi coordenada pelo promotor de Justiça João Nunes, da Especializada de Porto Alegre. A quadrilha era monitorada há dois anos, principalmente através de interceptações telefônicas. Foram expedidos pela Justiça de Arroio Grande cinco mandados de prisão e sete de busca e apreensão. Trabalharam na desarticulação do grupo 13 agentes da Força-Tarefa do Ministério Público e 29 homens integrantes da Brigada Militar, Polícia Civil e da Polícia Rodoviária Federal. Também participaram a promotora de Justiça Cristiane Maria Levien, de Arroio Grande, e os promotores de Justiça Rogério Caldas e Adriano Zibetti, de Jaguarão.
CLONAGEM
A investigação do Ministério Público apontou que a quadrilha traficava cocaína na região de Pelotas. Também vendia pelo valor de R$ 500 carteiras falsas de motoristas confeccionadas na cidade de Araranguá, em Santa Catarina. Além de Pelotas, a comercialização das habilitações acontecia em Arroio Grande e Jaguarão. Mas o lucro dos malfeitores não vinha somente do tráfico de entorpecentes e da venda de carteiras falsas. O grupo ainda “clonava” carros e motos roubados. As motos eram atravessadas para o estado de Cerro Largo, no Uruguai. O modo de agir do bando era simples: emplacava, irregularmente, o automóvel roubado usando o número verdadeiro do chassi de outro de mesmo ano, modelo e cor. A negociação no Uruguai era feita com uma quadrilha especializada em “esquentar” os veículos.
HOMICÍDIO
Com a prisão dos quadrilheiros, os Promotores de Justiça pretendem também esclarecer a morte do motoboy César Nunes de Oliveira, 32 anos. Ele foi assassinado a pauladas, em Arroio Grande. Seu corpo foi encontrado boiando em um arroio do município. Após, foi sepultado no cemitério como indigente. Durante as investigações da Especializada Criminal, foi solicitada à Justiça a exumação do cadáver. Através de um exame de DNA, foi possível a identificação do morto. Maria da Graça Machado e o filho Edenílson Machado Vieira, foram presos em Arroio Grande, assim como o amigo Mário Lúcio Rodrigues Bandeira, o “Madeira”, co-autor do homicídio. Neimar Machado Vieira, apontado como autor do assassinato, foi detido em Esteio. Já Léia Vieira foi encontrada em Alvorada.