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Acervo descoberto por Promotoria revela história do Acre

Acervo descoberto por Promotoria revela história do Acre

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Documentos registram correspondência entre o Coronel Plácido de Castro, o “Libertador do Acre”, e Forças Bolivianas. Os mapas encontrados são de 1907

Uma vistoria da Promotoria de Justiça da cidade gaúcha de São Gabriel em um acervo particular, atualmente administrado pelo Museu Gaúcho da Força Expedicionária Brasileira, localizou diversos documentos que mostram a expansão do território brasileiro. Foram descobertos manuscritos, mapas e esboços de navegação no Acre.

Alguns documentos registram a troca de correspondência entre o Coronel Plácido de Castro e Rosendo Rojas, comandante das Forças Bolivianas. Castro nasceu em São Gabriel e é conhecido como o "Libertador do Acre". A sua luta foi fundamental para que aquele Estado seja atualmente parte integrante do território brasileiro.

Entre o material localizado, encontra-se a ata de rendição das Forças do Coronel Rozendo Rojas e o hino do Acre. No acervo, também foram encontradas cópias de inquérito policial que investigava a morte, por emboscada, do Coronel Plácido de Castro. A maioria dos documentos têm datas entre 1902 e 1903. Os mapas são de 1907.

O material descoberto faz parte do acervo de João Pedro Nunes, considerado o mais antigo do Rio Grande do Sul. Nunes era um comerciante gabrielense que herdou o material do Coronel Castro. Atualmente, ele está guardado junto ao Museu Gaúcho da Força Expedicionária Brasileira, em São Gabriel. Antes, passou por diversos locais, sem o devido cuidado e análise.

O Arquivo Histórico do Itamaraty, responsável pela história diplomática brasileira, informou ao Ministério Público gaúcho que não existem outros exemplares da ata de rendição e da correspondência entre Castro e Rozendo.

Conforme a promotora de Justiça Lisiane Villagrande, o Ministério Público iniciou o trabalho após ser procurado por gabrielenses preocupados com o estado de conservação do acervo. A Promotoria encontrou o material em precárias condições de conservação. Por não estar catalogado ou inventariado, o acervo ainda não está acessível a pesquisadores. Lisiane Villagrande ressalta que o Memorial do Ministério Público gaúcho já foi contactado para que convênios sejam estabelecidos objetivando recuperar o material. Ela também vai pedir o auxílio da Prefeitura de São Gabriel para melhore as instalações do Museu João Pedro Nunes.
Na vistoria, a Promotoria de São Gabriel contou com o trabalho da assessora em História Evelise Zimmer Neves, da Divisão de Assessoramento Técnico do Ministério Público gaúcho. A assessora destaca que o trabalho em defesa do patrimônio cultural faz parte do planejamento estratégico da instituição.



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