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Tramandaí: denunciados pelo MPRS vão a júri por tentar matar cabeleireira que, um ano após o fato, acabou vítima de homicídio dos mesmos réus

Tramandaí: denunciados pelo MPRS vão a júri por tentar matar cabeleireira que, um ano após o fato, acabou vítima de homicídio dos mesmos réus

lbelles

Ocorre a partir desta quinta-feira, dia 27 de março, no Tribunal do Júri de Tramandaí, o julgamento de quatro denunciados pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) pela tentativa de homicídio da cabeleireira Návia Regina Christan, 46 anos. O fato ocorreu no município do Litoral Norte em 2017. No entanto, pouco mais de um ano depois, a vítima acabou sendo executada dentro de um salão de beleza, no Centro da cidade.

Este segundo fato foi investigado e, ao se descobrir rapidamente a autoria dele, uma nova investigação foi aberta para se chegar aos mandantes, que eram os mesmos da tentativa e do homicídio consumado. Uma mulher contratada para acionar os atiradores também participou dos dois fatos. Já os executores dos dois crimes não são os mesmos. Os casos foram motivados por desavenças familiares, já que os mandantes são irmã e cunhado da vítima, sendo que a motivação seria pelo fato de acharem que ela estaria prejudicando financeiramente a denunciada, que também é cabeleireira.

O promotor de Justiça André Tarouco, que atua na Comarca, fará a acusação pelo MPRS. Segundo ele, trata-se de uma tentativa de homicídio qualificada por motivo fútil, recurso que dificultou a defesa da vítima e mediante promessa de pagamento. O promotor ainda destaca que já houve julgamento dos executores do homicídio, mas os mandantes e intermediários ainda serão submetidos ao Tribunal do Júri pela morte da cabeleireira. Agora, serão julgados, mas pela tentativa de homicídio, os mandantes e uma intermediária, além do executor.

TENTATIVA DE HOMICÍDIO

No dia 26 de outubro de 2017, a irmã da vítima e o cunhado, contrataram uma mulher para encontrar um executor. Desta forma, o atirador entrou na casa de Návia e atirou três vezes, mas a arma falhou. Logo depois, efetuou mais um disparo que atingiu a cabeça da mulher. Enquanto o criminoso fugia, ela foi socorrida e encaminhada para hospital. A cabeleireira sobreviveu, mas ficou cega de um olho. De acordo com o promotor André Tarouco, este inquérito policial ficou parado por alguns anos porque não se tinha a autoria dos fatos.

HOMICÍDIO

No dia 5 de novembro de 2018, mais de um ano após o primeiro fato, os mesmos mandantes acionaram a mesma intermediária que, ao fazer contatos, chegou a dois executores — que não participaram do homicídio tentado anteriormente. Os criminosos chegaram até o salão de beleza da vítima e, um deles, a matou com três tiros. Esse novo fato foi investigado e se chegou apenas aos executores, que já foram julgados e condenados.

O promotor destaca que o caso foi reaberto devido a novas informações investigadas. Com isso, se descobriu quem eram os mandantes do homicídio, ou seja, as mesmas pessoas que também encomendaram o primeiro crime: a irmã e o cunhado da vítima. Neste segundo fato, a mesma intermediária foi contatada, que, junto com outro intermediário, acionaram os dois executores já condenados. Sobre o homicídio, os mandantes e intermediários irão a júri em data a ser marcada.

Para André Tarouco, “o caso que será levado a julgamento a partir de quinta-feira possui uma grande repercussão local, já que os envolvidos são pessoas conhecidas pela comunidade. O caso é referente ao primeiro episódio, de 2017, de uma saga para tentar matar a vítima. Mesmo deixando ela cega, não contentes com esse resultado, os réus do processo, irmã e cunhado da vítima, contrataram outros executores, os quais, em 2018, realizaram, então, o homicídio desta. Diante desse cenário e das circunstâncias desse crime grave, a sociedade de Tramandaí possui grande expectativa nesse julgamento para que os réus, depois de todo esse tempo, recebam a adequada punição pelos atos praticados”.

Clique aqui para acompanhar a transmissão do júri.



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