MPRS promove seminário para tratar de violência online e universo incel presentes na série Adolescência e já abordados pelo Projeto Sinais
Na próxima segunda-feira, 31 de março, o Ministério Público do Rio Grande do Sul vai realizar seminário "A Era Digital, os Caminhos da Radicalização e Mobilização à Violência", para debater a violência extrema e falar do Projeto Sinais, desenvolvido pelo MPRS para prevenir a radicalização de crianças e adolescentes.
Diante da repercussão de questões levantadas pela série Adolescência, como o universo incel e violência online, o procurador de Justiça Fábio Costa Pereira, coordenador do Núcleo de Prevenção à Violência Extrema, disse que o seminário ganha ainda mais relevância e mostra que o MPRS está no caminho certo ao promover esse debate.
O encontro vai discutir os caminhos da radicalização, os sinais que mostram que um adolescente está se inclinando pra a violência extrema, as pegadas digitais deixadas no mundo virtual e novas formas de antissemitismo, que é a porta de entrada para novas formas de discriminação observadas hoje no mundo digital e, que muitas vezes, se transportam para o mundo real.
Michele Prado, pesquisadora de extremismo online, será uma das palestrantes. O procurador-geral de Justiça, Alexandre Saltz, participará de uma mesa redonda, juntamente com a presidente da Federação Israelita do RS, Daniela Russowsky Raad, e com Ilton Gitz, professor de Cultura Judaica e Hebraico pelo Instituto Greenberg de Jerusalém e especialista em Ensino do Holocausto pelo Museu do Holocausto de Jerusalém.
Para o procurador de Justiça Fábio Costa Pereira: “Uma casualidade do destino quis que o evento se realizasse na sequência do lançamento dessa série, que está impactando as famílias e que trata de um adolescente que se vincula à cultura incel, termo que é uma abreviação de “celibatários involuntários”, e que se refere a pessoas que culpam as mulheres por suas frustrações sexuais, e que por conta de bullying, comete o assassinato de uma menina. Equivocadamente, podemos pensar que isso só acontece em outros países, mas na realidade é um problema de todos nós. Precisamos compreender que o mundo que esses jovens vivem não é o mundo real como o que concebemos, é um cibermundo. E precisamos estar atentos a comportamentos e sinais para perceber e evitar a radicalização e a violência”, conclui o procurador.
O evento é para os integrantes do MPRS e entidades vinculadas à educação e segurança pública, como Guarda Municipal de Porto Alegre, Patrulha Escolar da Brigada Militar, servidores da Secretaria Municipal da Educação, Conselheiros Tutelares de Porto Alegre e Polícia Civil.