MPRS apresenta Projeto Sinais a escolas particulares da Região Metropolitana para prevenção da violência
O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), por meio do Núcleo de Prevenção à Violência Extrema, apresentou em encontro no Sindicato do Ensino Privado (SINEPE/RS), nesta sexta-feira, 18 de outubro, o Projeto Sinais, desenvolvido para ajudar a prevenir atos de violência extrema praticados por adolescentes e jovens. Mais de 60 diretores, gestores e coordenadores pedagógicos de 27 escolas particulares da Região Metropolitana de Porto Alegre participaram.
O presidente do SINEPE/RS, Oswaldo Dalpiaz, ressaltou a importância da iniciativa e da necessidade da mobilização das escolas: “A preservação da vida é o grande desafio da sociedade e das escolas e isso passa pela prevenção da violência, que não é só física, mas também emocional. Quantas pessoas se desestabilizam quando estão envolvidas num caso de violência? Então, ajudar a prevenir atos agressivos é um gesto de humanidade extremamente importante. E a escola tem que contribuir com isso, e talvez a escola consiga de fato evitar muitos atos de violência através da leitura de sinais.”
Sobre esses sinais, o procurador de Justiça Fábio Costa Pereira, coordenador do Núcleo de Prevenção à Violência Extrema, explicou que eles podem se manifestar no comportamento dos jovens, como por exemplo, o afastamento da família, interesse por violência e valores extremistas, como preconceito e racismo, baixa autoestima, indícios de sofrimento psíquico, e bullying, que os jovens podem ser vítimas ou também praticar.
O procurador ressaltou ainda que “a prevenção, quando se trata de violência extrema, depende de um tripé: sociedade civil organizada, família e comunidade escolar. E todos precisam entender que é urgente reconhecer antecipadamente esses sinais para verificar quando um adolescente começa a trilhar o caminho da radicalização. Então, a comunidade escolar precisa estar atenta aos sinais para atuar junto com as famílias, o poder público e a rede de proteção".
Também integrante do Núcleo de Prevenção à Violência Extrema, o promotor de Justiça Marcio Abreu Ferreira da Cunha destacou que o acompanhamento de diversos casos de jovens com perfil violento no Estado, demonstra um ponto em comum, que deve ser observado, que é o aliciamento pela internet. “Depois, esses adolescentes são direcionados para grupos fechados onde é feita a cooptação e a doutrinação ideológica para uma eventual prática de atos violentos”.